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Coreia do Norte lança "provável míssil" enquanto Coreia do Sul prepara eleições presidenciais

A Coreia do Norte disparou um "projétil não identificado" - informaram as Forças Armadas sul-coreanas neste domingo (27), após um mês sem lançamentos por parte do regime comunista, durante os Jogos Olímpicos de Pequim. A Coreia do Sul se prepara para eleições presidenciais em dez dias.

Réplica de míssil norte-coreano Scud-B (imagem de ilustração) no Museu da Guerra de Seul (24/03/21).
Réplica de míssil norte-coreano Scud-B (imagem de ilustração) no Museu da Guerra de Seul (24/03/21). AFP - JUNG YEON-JE
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Trata-se do oitavo lançamento do ano, por parte da Coreia do Norte. Segundo analistas, os testes foram interrompidos neste período, possivelmente, em deferência à sua única aliada, a China.

De acordo com as Forças Armadas sul-coreanas, um míssil balístico foi disparado, às 7h52 locais (19h52 de sábado em Brasília), de Pyongyang para o mar do Japão.

"A Coreia do Norte disparou um projétil não identificado para o leste", anunciou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.

"O último míssil balístico teve um alcance de cerca de 300 quilômetros e uma altitude em torno de 620 quilômetros. Os detalhes estão sob análise das Inteligências sul-coreana e americana", completou o comunicado militar.

A casa presidencial sul-coreana manifestou "profunda preocupação e grave pesar" e criticou o momento do teste, "quando o mundo faz esforços para resolver a guerra na Ucrânia".

O Japão também confirmou o lançamento deste domingo. Em entrevista à AFP, um porta-voz do Ministério da Defesa se referiu a um disparo "potencial de míssil balístico", procedente da Coreia do Norte, sem especificar quantos.

A Guarda Costeira japonesa emitiu um aviso aos navegantes sobre "um potencial míssil balístico possivelmente lançado da Coreia do Norte".

Com a comunidade internacional concentrada na invasão da Rússia à Ucrânia, os analistas já esperavam que Pyongyang aproveitasse a oportunidade para retomar seus testes.

"Com o interesse americano voltado para a crise na Ucrânia e o Conselho de Segurança da ONU incapaz de funcionar, Pyongyang aproveita a oportunidade", disse à AFP Shin Beom-chul, pesquisador do Korea Research Institute for National Strategy.

O ministro japonês das Relações Exteriores, Masayoshi Hayashi, falava sobre a Ucrânia, ao vivo, em um canal de televisão, quando surgiu a notícia da Coreia.

"A situação na Ucrânia não se restringe ao país ou à Europa. Ela pode afetar, potencialmente, o mundo todo, na região do Indo-Pacífico, ou na Ásia Oriental, do nosso ponto de vista", disse Hayashi.

Eleições presidenciais no sul

Os novos lançamentos norte-coreanos acontecem em um momento complexo para a península, já que a Coreia do Sul se prepara para sua eleição presidencial em 9 de março.

O presidente em final de mandato, Moon Jae-in, que buscou, repetidas vezes, negociações de paz com Kim durante seu mandato de cinco anos, alertou que a península pode facilmente entrar em uma nova crise.

"Se os lançamentos de mísseis da Coreia do Norte chegarem a romper a moratória sobre os mísseis de longo alcance, a península coreana cairá, instantaneamente, no estado de crise que enfrentamos há cinco anos", disse ele, em entrevista este mês aos correspondentes de veículos estrangeiros, entre eles a AFP.

Em dez dias, o sucessor de Moon Jae-in será escolhido e os dois favoritos estão longe de compartilhar a mesma visão das relações intercoreanas, relata o correspondente da RFI em Seul, Nicolas Rocca. O candidato da atual maioria democrata, Lee Jae-myung, afirma ser um defensor do diálogo e de uma solução pacífica, em particular continuando a manter boas relações com a China, principal parceiro de Pyongyang.

Do lado conservador, Yoon Seok-yeol pede "ataques preventivos" na Coreia do Norte, em caso de perigo iminente. Mas visa acima de tudo aproximar-se de Washington e fortalecer o sistema de defesa antimísseis THAAD, instalado em 2017, apesar da ira de Pequim.

Especialistas afirmam que Pyongyang poderia usar sua próxima data-chave, o 110º aniversário do nascimento do falecido líder Kim Il-sung, em 15 de abril, para fazer um importante teste de armas.

Em janeiro, Pyongyang fez um número recorde de sete testes de armas, que incluíram o disparo de seu míssil mais potente desde 2017, quando Kim Jong-un tentou provocar o então presidente americano, Donald Trump, antes de iniciar uma negociação que fracassou dois anos depois e segue paralisada.

Nos últimos meses, o isolado regime comunista intensificou seus testes militares e, em janeiro, ameaçou abandonar a moratória auto imposta sobre os testes de mísseis nucleares e intercontinentais, suspensos em 2017.

(com informações da AFP)

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