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Putin é "selvagem militar" com "ideias loucas" e "mentiras grosseiras", diz imprensa francesa

A invasão da Ucrânia está na capa de todos os principais jornais franceses desta sexta-feira (25). Entre choque e preocupação, editoriais pujantes não poupam críticas ao presidente russo, Vladimir Putin, e à ingenuidade dos líderes europeus, que se recusaram a acreditar que a Rússia ousaria atacar o país vizinho.  

O presidente russo, Vladimir Putin, ao anunciar a ofensiva contra a Ucrânia em pronunciamento na televisão, em 24 de fevereiro de 2022.
O presidente russo, Vladimir Putin, ao anunciar a ofensiva contra a Ucrânia em pronunciamento na televisão, em 24 de fevereiro de 2022. © Russian Presidential Press Service via AP
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"A guerra na Europa" é a manchete de capa do jornal Le Figaro, que recapitula o desenrolar dos acontecimentos desde a madrugada de quinta-feira (24), quando a Rússia iniciou uma imensa ofensiva militar no território ucraniano. Em editorial, o diário ressalta a incredulidade da Europa diante da audácia do presidente russo. "Apesar de todos os sinais - as tropas russas mobilizadas nas fronteiras, as advertências americanas cada vez mais precisas, os pedidos de socorro das autoridades ucranianas -, não queríamos nos curvar à ideia de que Putin iria até o final com suas ideias loucas", diz o texto. 

Mas, "o trágico está de volta", reitera Le Figaro, evocando os "fantasmas do império soviético". "Hoje estamos descobrindo que o inimigo de ontem não desapareceu e que ele nunca foi tão ameaçador". Para o jornal, "a arrogância russa se alimenta da fraqueza dos europeus", que não contam nem com os meios militares, nem com a vontade política de deter Putin.

Mesmo tom tem o jornal Libération, que traz como manchete: "O impensável", ilustrado com uma foto de página inteira de um dos bombardeios russos de quinta-feira na Ucrânia. Em editorial, o diário afirma que "depois de ter mentido ao mundo inteiro e fingido escolher a diplomacia, Putin deixou cair sua máscara".

Segundo Libé, a Europa estava preparada para um plano elaborado por um jogador de xadrez, mas foi surpreendida por um ataque de um bandido, "após mentiras grosseiras e vergonhosas" da parte de Putin que classifica como "um selvagem militar". 

Falta de apoio

Libération afirma que nem mesmo dentro de seu próprio país o presidente russo tem apoio: milhares de cidadãos se manifestaram na noite de quinta-feira contra a guerra. "Imagens violentas de prisões em São Petersburgo, seguidas por declarações não menos corajosas de solidariedade ao povo ucraniano que vieram de artistas, estudantes, e mesmo de estrelas da TV russa, suscitando um pouco de esperança", publica. 

"Um povo sob bombas" é a manchete do jornal La Croix, que analisa a tragédia do lado ucraniano, questionando se o país poderá fazer frente à segunda maior força militar do mundo. Para o diário, a ofensiva de Moscou desdenha as relações internacionais, desrespeita a soberania de um país democrático e agride uma população que até o final se mostrou pacífica e resiliente.

Em editorial, La Croix considera que essa guerra é injustificável e precisa ser condenada sem nenhuma nuance, sem desculpas ao agressor. "Ela deve também levar os países ocidentais a se questionar até onde irá Putin e como pará-lo", conclui. 

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