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Ucrânia: Ocidente tem meios de retaliação limitados face à Rússia

Depois de a Rússia ter mexido o primeiro pião, como vai prosseguir o xadrez da Ucrânia? Os jornais franceses desta quarta-feira (23) lançam várias hipóteses sobre as próximas etapas da crise ucraniana.

Integrante das forças ucranianas na linha de frente perto da cidade de Novoluhanske, na região do Donetsk, na Ucrânia (22/02/22).
Integrante das forças ucranianas na linha de frente perto da cidade de Novoluhanske, na região do Donetsk, na Ucrânia (22/02/22). © REUTERS/Gleb Garanich
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Após o reconhecimento pela Rússia da independência de duas regiões separatistas do Donbass, no leste da Ucrânia, o Ocidente anunciou sanções econômicas e financeiras contra Moscou.

Em retaliação ao "início de uma invasão da Ucrânia", o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden aprovou na terça-feira (22) a "primeira rodada" de sanções visando impedir que a Rússia levante fundos ocidentais para pagar sua dívida soberana. A medida pode influenciar o valor do rublo e aumentar o custo dos produtos importados.

“Mas o envio de tropas para defender a Ucrânia está fora de discussão e a impressão é de que é inútil querer deter o senhor do Kremlin”, diz uma análise do jornal Le Parisien.

Uma vez que os americanos e europeus bradaram alto e forte, no começo da crise, que não iriam enviar tropas à Ucrânia – que não integra a Otan, nem a União Europeia -, os meios de resposta se mostram limitados”, explica o diário. Desde a anexação da Crimeia e o início da guerra no Donbass, em 2014, a Rússia aprendeu a contornar ou viver com as represálias econômicas.

Putin vai se limitar ao Donbass?, questiona Le Figaro. Ou vai querer ir além, encorajado pelas hesitações internacionais, e conquistar o resto da região, incluindo também Mariupol e até mesmo Kiev, capital da Ucrânia, país que Moscou considera “ilegítimo”?

“A Europa, desde o final da Segunda Guerra Mundial, tem tanto medo de conflitos que até hesita em usar a palavra ‘guerra’, mesmo quando ela bate às suas portas”, analisa Le Figaro.

China em cima do muro?

O jornal econômico Les Echos fala da posição da China no xadrez atual. Pequim reconhece o desejo russo de ver a Ucrânia fora da Otan. Mas a potência asiática já avisou que não apoia a invasão. Os líderes do país acreditam que o conflito pode desestabilizar os interesses chineses na região e degradar ainda mais as relações de Pequim com a Europa e Estados Unidos.

O presidente francês, Emmanuel Macron, chamado de oportunista por alguns, tentou ser a ponte diplomática entre as partes em litigio, falando diretamente com Vladimir Putin ou propondo encontros. Para Libération, essa iniciativa pode se virar contra ele.

Libération observa que nunca o Palácio do Eliseu lançou tantos comunicados sobre uma crise, sobre cada chamada telefônica de Macron a um colega. Na segunda de manhã, a sede da presidência francesa anunciava que Putin e Biden tinham concordado em se encontrar. Noticia desmentida pelo Kremlin pouco depois, avaliando a possibilidade como “prematura”.

Marine Le Pen não perdeu a oportunidade de comentar as fotos divulgadas pelo Eliseu, mostrando Macron com a barba por fazer e a cabeça entre as mãos, durante os telefonemas. Para ela, uma encenação inútil.

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