Argentina espera reconhecimento da UE sobre disputa de soberania das ilhas Malvinas
Argentina espera que a União Europeia (UE) reconheça a existência de uma disputa de soberania com o Reino Unido sobre as ilhas Malvinas, sem que o tema monopolize o diálogo com o bloco. A declaração foi dada nesta segunda-feira (7) em Bruxelas por Mariano Carmona, secretário do Ministério das Relações Exteriores da Argentina para as Malvinas, Antártica e Atlântico Sul.
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"Esperamos que a UE reconheça a existência de uma disputa de soberania e que a UE encoraje o diálogo e a negociação", disse Carmona. Segundo ele, a Argentina pretende deixar claro em seus contatos que a disputa não é "a única agenda que temos com a UE", embora para o país o tema seja "uma prioridade de política externa".
Carmona manteve reuniões com eurodeputados e funcionários da Comissão Europeia na capital belga. Nessas reuniões, disse ele, promoveu "programas de pesquisa científica em assuntos oceânicos e antárticos", além de estudos sobre o impacto das mudanças climáticas e a pesca.
Uma resolução da ONU de 1965 exige que a Argentina e o Reino Unido entrem em negociações diretas sobre a soberania das ilhas, uma questão de disputa desde 1833. O governo britânico alega que não poderá iniciar as negociações porque a população das ilhas votou por grande maioria em um referendo em 2013 a favor da coroa britânica.
Dispositivos nucleares
Londres defende que qualquer diálogo deve ser aprovado pelos habitantes das ilhas (que o governo britânico chama de Falklands), mas esse argumento é rejeitado por Buenos Aires. Em 1982, a Argentina e o Reino Unido travaram uma guerra pelo território. No conflito, vencido pelas forças britânicas, morreram 649 soldados argentinos, 255 soldados britânicos e três locais.
Recentemente, a Argentina denunciou que, de acordo com documentos desclassificados, durante o conflito as forças britânicas implantaram 31 dispositivos nucleares ofensivos. Essa versão não foi confirmada pelo governo em Londres. No caso da UE, os acordos alcançados com o Reino Unido e que regem a relação comercial após o Brexit já não se aplicam aos Territórios Ultramarinos Britânicos, incluindo as ilhas Malvinas.
No domingo (6), a secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, reafirmou no Twitter que Londres rejeita "qualquer questionamento da soberania das Falklands".
(Com informações da AFP)
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