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Após troca de tiros na fronteira e tensão, Armênia e Azerbaijão assinam cessar-fogo

A nova troca de tiros entre os dois países aconteceu nesta terça-feira (16) em território armênio, na província de Siunique, e deixou 15 soldados mortos. O aumento da tensão entre os dois países preocupou a comunidade internacional, que pediu moderação e respeito ao cessar-fogo assinado no ano passado que encerrou a guerra de Nagorno-Karabakh. A trégua desta terça-feira foi anunciada pelo ministro da Defesa armênio.

Apesar da assinatura de um acordo de paz no ano passado, soldados da Armênia e do Azerbaijão se enfrentam com frequência na fronteira comum. Na imagem, soldados armênios no vilarejo fronteiriço de Sotk, em 18 de junho de 2021.
Apesar da assinatura de um acordo de paz no ano passado, soldados da Armênia e do Azerbaijão se enfrentam com frequência na fronteira comum. Na imagem, soldados armênios no vilarejo fronteiriço de Sotk, em 18 de junho de 2021. AFP - KAREN MINASYAN
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Com informações do correspondente da RFI em Tbilisi, Régis Genté

Mais cedo, o ministro da Defesa da Armênia tinha informado em Erevan que as forças do Azerbaijão bombardearam posições armênias na região de Siuque com artilharia e armas de diferentes calibres. Segundo o Parlamento armênio, 15 soldados morreram. A região é vizinha de Nagorno-Karabakh, a província separatista que estava no centro do conflito há um ano entre a Armênia e o Azerbaijão.

Siuque fica no extremo sul do país na fronteira iraniana e nas imediações da Nagorno-Karabakh. O acordo de paz de 9 de novembro de 2020 prevê a abertura de rodovias na região, principalmente entre o Azerbaijão e seu enclave de Nakhitchevan, a oeste. Isto pressupõe a construção de uma estrada atravessando a província de Siuque.

Desde o ano passado, o Azerbaijão, vencedor da guerra no Nagorno-Karabakh, se mostra impaciente para que este ponto do acordo avance. O atraso levou Baku a tomar cerca de 40 posições no território armênio a partir de maio desde ano para pressionar Erevan.

Nos últimos dias, com a ajuda de uma mediação russa, os dois países pareciam próximos a um acordo, mas a questão voltou a provocar o aumento da tensão e provocou a troca de tiros nesta terça-feira. A Rússia interveio novamente hoje para obter a trégua após essa nova escalada.

Apelos da comunidade internacional

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, pediu no início do dia às autoridades dos dois países um “cessar-fogo total”. Paris fez o mesmo apelo e declarou sua grande preocupação com a degradação de situação entre o Azerbaijão e a Arménia. Em um comunicado, o porta-voz do ministro francês das Relações Exteriores ressaltou a “necessidade de se manter o diálogo bilateral para solucionar todas as questões não resolvidas do conflito de Nagorno-Karabakh”.

A ONU pediu aos dois países moderação, salientado a importância de se “evitar o retorno a uma escalada” como no ano passado.

A troca de tiros desta terça-feira foi o pior incidente desde o conflito entre a Armênia e o Azerbaijão de 2020. A disputa pela província separatista de Nagorno-Karabakh, habitada majoritariamente por armênios, durou seis semanas, entre setembro e novembro do ano passado, e deixou mais de dois mil soldados mortes de cada lado.

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