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Minoria sem vacina e relaxamento de regras geram onda de Covid-19 em Singapura

Desde o início da pandemia, Singapura era considerado como um modelo de gestão sanitária e de vacinação e mais de 83% da população de 5 milhões de moradores receberam duas doses da vacina. Mas, há algumas semanas, o país bate recordes de contaminação e registrou, nesta sexta-feira (8), 3.590 casos no país.

Em Singapura, a pequena proporção de não-vacinados, principalmente idosos, e o relaxamento das regras de proteção bastaram para provocar uma nova onda epidêmica.
Em Singapura, a pequena proporção de não-vacinados, principalmente idosos, e o relaxamento das regras de proteção bastaram para provocar uma nova onda epidêmica. Getty Images - Suhaimi Abdullah
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Gabrielle Maréchaux, correspondente da RFI em Kuala Lampur

As vacinas contra a Covid-19 são eficazes, protegem contra as formas graves e limitam as contaminações. A pequena proporção de pessoas não imunizadas, a alta contagiosiodade da variante Delta e o relaxamento das regras de proteção parecem, entretanto, favorecer o aparecimento de ondas epidêmicas, diz Dale Fisher, especialista de doenças infecciosas da Universidade de Singapura e presidente da rede mundial de alerta e de resposta epidêmica da ONU (Organização das Nações Unidas).  

"Em Singapura, há dez vezes mais pessoas vacinadas do que não-vacinadas. Aqueles que não se imunizaram são maioria nas UTIs, precisam de oxigênio, e muitas vezes acabam morrendo", explicou à RFI.

A nova alta no número de casos é explicada no país por vários fatores, que incluem, além dos já citados, a densidade populacional e a desconfiança dos pacientes mais frágeis em relação à vacinação, observa o epidemiologista. Paradoxalmente, esse é justamente o grupo que necessita de mais proteção.

"Quando observamos os grupos de idade, são os mais velhos que parecem mais hesitantes. Eles não são necessariamente contrários à vacina, mas dizem que, porque são velhos, ou têm problemas cardíacos, por exemplo, preferem não se vacinar", ressalta. A hesitação mistura o fatalismo do fim da vida, observa, com o medo do imunizante piorar um estado de saúde pré-existente.

Na tentativa de mudar essa situação, o Ministério da Saúde criou uma campanha voltada para a vacinação da terceira idade, mas o governo precisa lutar contra a desinformação no país. Neste semana, por exemplo, uma aposentada foi hospitalizada depois de ingerir Ivermectina, um antiparasitário que, segundo suas amigas, permitiria neutralizar o efeito da primeira dose de vacina contra a Covid-19 que ela havia recebido.

América Latina registra mais de 1,5 milhão de mortes

A América Latina ultrapassou um milhão e meio de mortes por coronavírus nesta sexta-feira (8). A região, a mais atingida pela pandemia, segundo os registros, totaliza 1.500.350 óbitos, em 45.264.875 casos contabilizados.

Nesta sexta-feira (8), o Brasil ultrapassou a marca de 600 mil mortes pela pandemia, que segundo especialistas, continua descontrolada apesar da queda no número de mortes diárias graças ao avanço da vacinação no país. O Brasil é o segundo em número de mortes no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Entre os países mais atingidos, o Peru registra a maior taxa de mortalidade, com 605 falecimentos para cada 100.000 habitantes. A pandemia de Covid-19 deixa um saldo de 4,8 milhões de mortes em todo o mundo e quase 237 milhões de casos.

(RFI e AFP)

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