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Moscou ataca ONG de monitoramento eleitoral um mês antes das eleições legislativas

Golos, a emblemática ONG que monitora as votações e defende os direitos dos eleitores na Rússia, voltou a ser considerada como um "agente estrangeiro" pelas autoridades russas nesta quarta-feira (18). Uma classificação que certamente vai dificultar sua atuação no contexto das eleições legislativas previstas para setembro deste ano.

Um eleitor russo deposita seu voto em uma urna em São Petersburgo (Imagem ilustrativa).
Um eleitor russo deposita seu voto em uma urna em São Petersburgo (Imagem ilustrativa). AFP - OLGA MALTSEVA
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Por Jean-Didier Revoin, correspondente da RFI em Moscou

A ausência de qualquer observador da Organização pela Segurança e Cooperação na Europa nas eleições do próximo mês já era conhecida e não gerava nenhuma surpresa. Mas a partir de agora, com a classificação pelo governo russo, as atividades da única ONG independente que monitora o processo eleitoral no país ficarão ainda mais complicadas.

Na Rússia, os chamados “agentes estrangeiros” são obrigados a se submeterem a tediosos procedimentos administrativos e a indicar claramente esse status de atuação em todas as suas publicações, seja o agente um meio de comunicação, uma organização, ou mesmo quem atua de maneira independente.

As autoridades russas justificam que a Golos, uma organização civil local de defesa de direitos e liberdades, seja considerada um agente estrangeiro por receber financiamento do exterior e por realizar atividades políticas na Rússia. Com isso, Moscou acusa a ONG por não estar devidamente registrada na administração pública do país.

Grigori Melkoniants, codiretor da Golos, criticou o ataque à maior comunidade de observadores eleitorais independentes do país, denunciando uma tentativa de impedir os eleitores russos de exercerem seus direitos. O que não significa que a ONG desistirá de suas atividades.

Reforma eleitoral

As desavenças entre a ONG e Moscou não são recentes, e a solicitação para inscrição na condição de agende estrangeiro já ocorreu outras vezes, como em 2019, por exemplo, quando sua diretora foi detida no Aeroporto Cheremetievo, de Moscou, por cerca de 12 horas.

Fundada em 2000, a Golos ganhou destaque por propor reformas do sistema eleitoral e ao denunciar fraudes nas eleições legislativas de 2011 e nas eleições presidenciais de 2012, sinalizando o retorno de Vladimir Putin ao Kremlin.

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