Jogos Paralímpicos serão disputados sem torcedores devido a recorde de casos de Covid no Japão
Os Jogos Paralímpicos de Tóquio serão disputados praticamente a portas fechadas, anunciou nesta segunda-feira (16) o comitê organizador do evento. A apenas oito dias da cerimônia de abertura, a decisão já era esperada devido aos recentes recordes de casos de Covid-19 registrados no Japão.
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Diante da situação, "serão adotadas medidas mais estritas para as competições que acontecerão nos departamentos que atualmente estão sob estado de emergência, incluindo a ausência de espectadores", afirmou o comitê organizador em um comunicado conjunto com o Comitê Paralímpico Internacional (CPI), o governo japonês e a cidade de Tóquio.
"Considerando a atual situação, é inevitável realizar as competições a portas fechadas", declarou a presidente de Tóquio-2020, Seiko Hashimoto, durante uma coletiva de imprensa nesta segunda.
Os quase 4.400 atletas esperados em Tóquio para os jogos serão submetidos a testes diários de Covid-19 e terão restrição de deslocamentos.
A medida para os Jogos Paralímpicos, que serão realizados de 24 agosto a 5 setembro, é similar à adotada para os Jogos Olímpicos, que se encerraram em 8 de agosto e nos quais 98% dos eventos foram disputados com portões fechados. O público foi autorizado a participar apenas em regiões afastadas da capital japonesa.
Os alunos de escolas locais, no entanto, poderão acompanhar determinadas competições a pedido das autoridades ou dos colégios, com o objetivo de incentivar uma sociedade mais inclusiva, afirma o comunicado. "Esperamos poder estimular sonhos e esperanças no maior número possível de crianças", afirmou Hashimoto.
População favorável a competições sem público
Segundo uma pesquisa publicada pela agência Kyodo nesta segunda, 65% dos japoneses são favoráveis à realização dos jogos a portas fechadas, descontentes com a gestão da crise sanitária realizada pelo governo.
"A decisão de não ter espectadores foi tomada levando em consideração os atletas, mas também a sociedade japonesa", afirmou o diretor-geral de Tóquio-2020 Toshiro Muto.
O Japão vive desde o fim de junho sua pior onda de coronavírus até o momento, com frequentes recordes de infecções, provocados essencialmente devido à rápida propagação da variante Delta, mais contagiosa.
A campanha de vacinação, que começou muito tarde no país, acelerou-se nas últimas semanas. No entanto, apenas 37% da população está completamente vacinada, a menor taxa entre os países do G7.
Diante do agravamento da situação sanitária antes dos Jogos Olímpicos, o governo japonês decretou em meados de julho o estado de emergência em parte do país, incluindo sua capital, pela quarta vez desde o início da pandemia. Mas o estado de emergência, que, segundo a imprensa local, deve ser prolongado na terça-feira (17) até meados de setembro e ampliado geograficamente parece cada vez menos eficaz.
Os casos diários de Covid-19 não param de aumentar e superaram pela primeira vez a marca de 20.000 em todo o país na última sexta-feira (13) e sábado (14). Também alcançaram um número recorde na sexta-feira em Tóquio.
No entanto, a organização dos Jogos afirma que a onda de infecções, que começou várias semanas antes do evento esportivo, não está relacionada com as Olimpíadas.
(Com informações da AFP)
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