EUA devem retirar sanções para salvar acordo nuclear de 2015, diz Irã
Para o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, a decisão do governo de colocar um fim às visitas da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) às centrais nucleares do país não viola o acordo, assinado há quase seis anos com as potências ocidentais. Mas, para salvá-lo, os Estados Unidos devem retirar suas sanções, alertou Zarif.
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O Parlamento iraniano determinou este domingo (21) como a data limite para restringir algumas inspeções da Agência e de suas usinas nucleares, incluindo áreas militares suspeitas.
Em entrevista ao canal de TV iraniano English Language Press TV, o chanceler iraniano ressaltou que todas as decisões que visam abandonar pouco a pouco o compromisso são reversíveis, desde que os Estados Unidos suspendam as sanções econômicas contra o país.
O presidente americano, Joe Biden, disse recentemente que o governo iraniano deveria, antes de mais nada, interromper o enriquecimento de urânio a alto teor, como prevê o acordo de Viena.
A AIEA descobriu, em visitas realizadas pelos seus inspetores no ano passado, partículas de urânio em duas centrais nucleares iranianas. Sem explicação de Teerã, a descoberta pode complicar os esforços para retomar as bases do acordo, abandonado pelo presidente americano, Donald Trump.
O diretor-geral da agência, Rafael Grossi, que chegou sábado a Teerã, reuniu-se neste domingo com os responsáveis iranianos, incluindo o presidente da Organização Iraniana de Energia Atômica (OIEA). Ele deve conceder uma coletiva de imprensa em Viena, na sede da agência, na volta.
Mediação europeia?
O ministro adjunto das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, disse neste sábado (21) que o Irã está analisando uma proposta da União Europeia de reunião entre os membros atuais do acordo (França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e China). Os Estados Unidos participariam como convidados.
Segundo uma fonte diplomática, discussões técnicas podem ser necessárias para implantar um mecanismo que gere esforços concomitantes de iranianos e americanos, informa o correspondente da RFI no Irã, Siavosh Ghazi. Essa seria uma das soluções que permitiria o retorno dos Estados Unidos ao grupo dos 5 + 1, que assinou o documento em 2015.
(RFI e AFP)
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