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UE e EUA pedem à China libertação imediata de Zhang Zhan, jornalista que denunciou pandemia em Wuhan

Os Estados Unidos e a União Europeia pediram nesta terça-feira (29) que a China liberte imediatamente a "jornalista cidadã" Zhang Zhan, presa por cobrir o início da pandemia de Covid-19 em Wuhan. O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, acusou ainda Pequim de esconder o surto de coronavírus.  

Zhang Zhan durante uma de suas transmissões em vídeo em Wuhan, antes de ser detida
Zhang Zhan durante uma de suas transmissões em vídeo em Wuhan, antes de ser detida © CPJ
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"Pedimos (...) sua libertação imediata e incondicional", disse em um comunicado o secretário de Estado do presidente dos Estados Unidos, Mike Pompeo. "O Partido Comunista Chinês mostrou mais uma vez que fará de tudo para silenciar quem questionar a linha oficial do partido, inclusive em informações cruciais de saúde pública", acrescentou o representante de Donald Trump, que se prepara para deixar o cargo.

O porta-voz da política externa da União Europeia (UE), Peter Stano, observou em nota que, de acordo com "fontes confiáveis, Zhang foi submetida a tortura e maus-tratos durante sua detenção, e sua saúde se deteriorou seriamente". Em um comunicado, ele frisou que "é fundamental que ela receba a assistência médica adequada", e pediu a "libertação imediata" da jornalista e de outros defensores dos direitos humanos presos.

Bruxelas exigiu ainda a libertação de Yu Wensheng, um advogado defensor dos direitos humanos, preso em 13 de dezembro, e dos ativistas Li Yuhan, Huang Qi, Ge Jueping, Qin Yongmin, Gao Zhisheng, Ilham Tohti, Tashi Wangchuk, Wu Gan e Liu Feiyue. A declaração da UE ocorre enquanto o bloco finaliza um acordo de investimento com a China, após sete anos de árduas negociações, apesar das preocupações com o histórico de violações dos direitos humanos de Pequim.

“Jornalista cidadã”

Zhang, uma ex-advogada detida desde maio, foi condenada a quatro anos de prisão. Ele foi presa por divulgar na internet imagens sobre a Covid-19 no início da pandemia, quando o vírus ainda era considerado como uma nova doença misteriosa.

Os relatos de Zhang desafiaram o discurso oficial de Pequim - que havia indicado que o governo havia derrotado o vírus - questionando a capacidade dos hospitais e o acesso a testes nos primeiros dias da pandemia. Ela mostrou ainda os ataques que sofreu das autoridades chinesas quando filmou com seu celular.

A ex-advogada de 37 anos, que se apresenta como “jornalista cidadã”, foi condenada por um tribunal de Xangai por "provocar disputas e problemas".

"Mentir é uma característica dos regimes autoritários"

O secretário de Estado norte-americano, crítico declarado de Pequim, aproveitou a prisão de Zhang para atacar novamente a China por seu papel na origem da pandemia, que já deixou mais de 1,7 milhão de mortos em todo o mundo. Pompeo afirmou que a censura da jornalista por Pequim era mais uma evidência de como um "surto controlável se transformou em uma pandemia global mortal".

"Mentir é uma característica, não uma falha dos regimes autoritários", enfatizou o secretário de Estado. "O medo do governo chinês da transparência e sua repressão contínua das liberdades fundamentais são um sinal de fraqueza, não de força, e uma ameaça para todos nós", acrescentou. 

(Com informações da AFP)

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