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Israel marca novas eleições pela quarta vez em menos de dois anos

Após o governo não ter chegado a um acordo sobre o orçamento do Estado, o parlamento de Israel foi dissolvido e o país marcou novas eleições para o dia 23 de março. Será o quarto pleito em menos de dois anos.

Manifestantes israelenses com máscaras que representam o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (à esquerda), e o ministro da Defesa, Benny Gantz, (à direita), durante um protesto contra a votação parlamentar para dissolver o Knesset. Em Tel Aviv, 2 de dezembro de 2020.
Manifestantes israelenses com máscaras que representam o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (à esquerda), e o ministro da Defesa, Benny Gantz, (à direita), durante um protesto contra a votação parlamentar para dissolver o Knesset. Em Tel Aviv, 2 de dezembro de 2020. AP - Oded Balilty
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De acordo com observadores políticos, o casamento forçado entre Benjamin Netanyahu e Benny Gantz foi de curta duração e o país volta a mergulhar numa crise política.

Após três eleições, os dois políticos haviam decidido formar um governo unindo as duas forças: o Likud, de Netanyahu, e a Coligação Azul e Branco, de Gantz.

Porém, oito meses depois de anunciarem a formação de um governo de “união e emergência”, os 120 parlamentares rejeitaram o projeto de lei do orçamento do Estado, por 49 votos contra e 47 a favor, levando à dissolução automática do Parlamento.

Para a imprensa local, o impasse sobre o orçamento do Estado revela as tensões existentes entre ambos. Apesar de os dois dirigentes terem formado uma coligação com o objetivo prioritário "do combate ao coronavírus", no final, eles mostraram que seus interesses pessoais estão acima da grave situação que o país atravessa, por causa da pandemia.

Fim da era Netanyahu?

As próximas eleições podem significar o fim da era Netanyahu, há quase 12 anos no poder, e enfraquecido por uma denúncia de corrupção.

Embora as últimas eleições tenham sido praticamente duelos entre Netanyahu e Gantz, "a desintegração do partido Azul e Branco mudou a dinâmica", analisa Yohanan Plessner, diretor do Instituto Democrático de Israel, um centro de análise em Jerusalém.

Desta vez, a ameaça já não é Benny Gantz, que de acordo com as últimas pesquisas parece ter desaparecido da cena política. Mas se o general Gantz perdeu a batalha, Netanyahu também não sai ileso, à medida que se aproxima, no início de 2021, a data do seu julgamento por corrupção, o primeiro na história de Israel contra um chefe de governo em exercício.

O novo rival do primeiro-ministro israelita é Gideon Saar, dissidente do Likud, ex-ministro da Educação e do Interior. Ele já disse que iria vetar qualquer solução que viabilizasse um novo governo liderado por Benjamin Netanyahu.

Outro ex-ministro de Netanyahu, Naftali Bennett, também saiu do Likud para formar um partido religioso de direita, e aparece nas intenções de voto.

Porém, as eleições deverão ser um novo plebiscito para um Netanyahu que, apesar dos escândalos de corrupção, continua sendo o favorito.

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