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Antes considerada modelo, Coreia do Sul teme perder o controle da pandemia

Considerada até agora como um modelo de controle da Covid-19, a Coreia do Sul registrou nesta quarta-feira (16) um recorde de casos positivos: 1.078 novos infectados em 24 horas. Os números, ainda que distantes da proporção vista na Europa ou nos Estados Unidos, obrigou o país a mudar de estratégia de combate.

Ponto de testagem para a Covid-19 em frente a estação de trem em Seul (16 de dezembro de 2020).
Ponto de testagem para a Covid-19 em frente a estação de trem em Seul (16 de dezembro de 2020). REUTERS - Heo Ran
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Nicolas Rocca, correspondente da RFI em Seul

Testar, rastrear os contatos e isolar. Este era o segredo do modelo sul-coreano para controlar a pandemia da Covid-19 sem recorrer a políticas de restrição de circulação. Ao longo de 11 meses, graças a investigações epidemiológicas que usavam quase meios policiais, as cadeias de contaminação foram interrompidas com sucesso.

Até então, a cada novo foco de contaminação as autoridades conseguiam definir onde aconteceu o contágio e, assim, isolar a população que entrou em contato. Os casos apareciam em locais específicos, como na cidade de Daegu, em reuniões de determinados grupos religiosos ou em festas de casas noturnas.

Isso até domingo, quando o país registrou mais de mil novos casos. Desde então, o vírus tem se espalhado por todo o país e já não é mais possível determinar sua origem.

Para piorar a situação, a maioria dos novos casos estão na cidade de Seul, uma área densamente povoada onde vive metade da população do país.

As estatísticas mostram que quase 20% dos casos escapam do sistema de rastreamento sul-coreano: antes as autoridades sanitárias conseguiam rastrar e isolar 95% da população infectada.

Diante deste aumento, desde o início da semana as escolas foram fechadas, os restaurantes passaram a fechar às 21 horas, e estão proibidas reuniões com mais de 25 pessoas na região da grande Seul.

Testes em toda a população em Seul

Além disso, as autoridades querem encontrar os casos assintomáticos que escapam ao radar e continuam a proliferar o coronavírus. Foram adotados testes gratuitos e anônimos a fim de encorajar a população a ser testada: até agora, eles eram reservados para casos de contato ou pessoas com sintomas.

Na região de Seul, 150 novos centros de testes temporários foram abertos com o objetivo de testar os 9 milhões de habitantes da capital. 

Com isso, o governo prepara a população gradualmente para o próximo passo, que a Coreia do Sul tinha conseguido evitar até agora, um lockdown para proteger seu sistema de saúde. 

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