Japão investe em energias renováveis para superar crise econômica ligada à Covid
Apesar da dívida pública colossal, Tóquio anuncia um terceiro pacote de estímulo de US$ 708 bilhões (mais de R$ 3,6 trilhões) desde o início da epidemia de Covid-19. O plano inclui gastos para manter o emprego e apoiar as empresas. Mas a pandemia também está pressionando o novo primeiro-ministro Yoshihide Suga a iniciar uma mudança de estratégia, investindo na digitalização e descarbonização da economia por meio de medidas destinadas a promover novas fontes de crescimento na terceira maior economia do mundo.
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Por Frédéric Charles, correspondente da RFI em Tóquio
O Japão está tentando curar o coronavírus – que não o atinge muito menos do que em qualquer outra parte do mundo – sem sufocar sua economia. O novo primeiro-ministro Yoshihide Suga usa a pandemia para impulsionar sua administração e as empresas nacionais no século 21.
Este terceiro plano de estímulo deve acelerar a digitalização de um país onde o uso de fax e papel ainda continua massivo e o hanko, o carimbo ancestral, ainda é necessário para assinar documentos. A adoção de assinaturas eletrônicas deve marcar uma pequena revolução cultural. Uma mudança na estratégia econômica, portanto, se acelera com a pandemia.
Garantir a transição para energias renováveis
Em um país onde 80% da produção de eletricidade ainda é de recursos fósseis desde o acidente nuclear em Fukushima, o plano de recuperação deve garantir a transição para energias renováveis ou outras soluções inovadoras, como o hidrogênio. O governo quer converter seus motoristas para veículos elétricos até 2035.
Desde o início da pandemia, o Japão já aplicou US$ 3 trilhões, ou 40% de seu PIB, para sair da recessão e agora ousa impulsionar as grandes reformas, prometidas muitas vezes. Uma prova é que as contas proibitivas de luz estão caindo.
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