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De Kamala Harris a Ursula von der Leyen, Covid-19 assombra cúpulas e eventos oficiais pelo mundo

O debate sobre a necessidade de líderes diminuírem a participação em eventos presenciais foi lançado depois que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, tiveram de deixar a cúpula da UE em Bruxelas às pressas por serem "casos contatos". A candidata a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, enfrenta a mesma situação e cancelou sua participação em eventos de campanha após duas pessoas de sua equipe testarem positivo ao coronavírus.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, teve de deixar a cúpula em Bruxelas às pressas na quinta-feira (15) depois de ter sido informada de que é um "casos contato".
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, teve de deixar a cúpula em Bruxelas às pressas na quinta-feira (15) depois de ter sido informada de que é um "casos contato". AP - Olivier Matthys
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Enquanto a pandemia entra em uma segunda onda em vários países, a priorização de eventos on-line foi evocada desde a abertura da cúpula da União Europeia em Bruxelas, na quinta-feira (15).

"Essa reunião deveria ter sido organizada em formato de videoconferência", afirmou a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, ao desembarcar na capital belga.

O chefe de governo polonês, Mateusz Morawiecki, em isolamento depois de ter tido contato com uma pessoa infectada pelo coronavírus, não pôde participar do evento. Na quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi notificada que é um "caso contato" e deixou a cúpula às pressas. Nesta sexta-feira (16), foi a vez da primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, ser colocada em quarentena pelo mesmo motivo. 

O uso de máscara é a regra nesta terceira reunião presencial de chefes de Estado e governo da Europa. Entre março e junho, vários eventos oficiais foram realizados por meio de videoconferência.

Presença física "indispensável"

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, defendeu a necessidade de os líderes irem a Bruxelas para a cúpula, já que, segundo ele, "para certos assuntos, a presença física é indispensável para a tomada de decisões". "Foi o que ocorreu em julho", lembrou, quando o plano econômico para o bloco foi adotado após uma maratona de discussões e reuniões presenciais. 

Desta vez, de acordo com Michel, "o debate sobre o pós-Brexit necessitava, efetivamente, uma presença física". O presidente do Conselho Europeu afirmou que essa também era a vontade de vários líderes europeus, entre eles, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o chefe do governo espanhol, Pedro Sanchez. 

Ao ser questionado sobre a necessidade dos altos dirigentes europeus diminuírem os deslocamentos, em um momento em que a Covid-19 voltou a se propagar com toda a força pelo Velho Continente, o ex-primeiro-ministro belga ponderou. "Para o futuro, vamos sistematicamente estudar, levando em consideração os diferentes parâmetros, consultando as delegações e pensando sobre quais são as melhores maneiras de trabalhar em meio a esta crise da Covid-19", indicou.

Ex-representante da França junto à UE, Pierre Sellal afirmou em março que era "extremamente difícil, ou impossível, engajar um verdadeiro debate coletivo a 27 pessoas por vídeo simultâneo". Mas, segundo ele, "forçando-se à concisão e ao espírito operacional, uma reunião virtual pode ser de uma grande eficácia".

Entre os problemas das cúpulas virtuais, está também a confidencialidade das conversas – o que pode conduzir alguns participantes a uma linguagem muito prudente. 

Já os jornalistas tiveram de adaptar as coberturas dos eventos que reúnem altos representantes europeus, desde o início da pandemia. Seções de vídeos e fotos são organizadas, mas as coletivas de imprensa são realizadas on-line. 

Pausa na campanha eleitoral

No caso da candidata a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, a situação é ainda mais desafiadora. Na reta final de uma conturbada campanha eleitoral, a democrata teve de suspender deslocamentos e viagens até o próximo domingo (18). Ela teve contato com duas pessoas de sua equipe, entre elas, a responsável por sua comunicação, que testaram positivo ao coronavírus.  

"Por prudência e conforme ao engajamento de nossa equipe de campanha em favor de um alto nível de precaução, estamos cancelando os deslocamentos da senadora Harris até domingo, 18 de outubro", explicou um comunicado de sua equipe. 

As duas pessoas infectadas viajaram no mesmo avião com a candidata a vice-presidente em 8 de outubro. Desde então, Harris realizou dois testes PCR, mas ambos testaram negativo.

O presidente americano, Donald Trump, que chegou a ser hospitalizado depois de desenvolver sintomas graves da Covid-19, teve uma atitude menos prudente. No período em que ainda poderia transmitir o vírus, ele voltou a participar de uma maratona de comícios, sem máscara. Embora não haja nenhuma confirmação científica até o momento sobre a questão, o republicano garante que está imune ao vírus "talvez por toda a vida".

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