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Aquecimento global dobrou número de catástrofes naturais no mundo, diz ONU

A mudança climática é a principal responsável pela duplicação dos desastres naturais no mundo nos últimos vinte anos, alertou a ONU nesta segunda-feira (12). De acordo com a organização, as catástrofes naturais mataram mais de 1,2 milhão de pessoas desde 2000. 

Catástrofes naturais dobraram nos últimos anos por conta do aquecimento global
Catástrofes naturais dobraram nos últimos anos por conta do aquecimento global AP
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Durante os últimos vinte anos (2000-2019), 7.348 desastres naturais foram registrados no mundo, ou seja, quase o dobro entre 1980 e 1999, revela um relatório da iniciativa Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução de Desastres (UNSDIR).

"A Covid-19 realmente sensibilizou os governos e o público em geral sobre os riscos que nos cercam. Eles perceberam que se a Covid-19 é tão terrível, a emergência climática pode ser ainda pior", declarou a secretária-geral da UNSDIR, Mami Mizutori, em entrevista coletiva. "Sem uma recuperação verde, só aumentaremos a emergência climática", insistiu. 

O relatório, que não cobre riscos epidemiológicos como o coronavírus, mostra que a progressão dos desastres naturais está ligada principalmente ao aumento das catástrofes climáticas, que passaram de 3.656 (1980-1999) para 6.681 (2000-2019). "Somos conscientemente destrutivos. Esta é a única conclusão a que se pode chegar ao revisar os desastres que ocorreram nos últimos vinte anos", disse Mizutori.

Os custos dos desastres naturais foram estimados em pelo menos quase 3 trilhões de dólares desde 2000, mas o valor real é superior porque um grande número de países, especialmente na África e na Ásia, não fornece informações sobre o impacto econômico. As inundações - que dobraram - e tempestades foram as catástrofes mais frequentes nas últimas duas décadas. Para a próxima década, a ONU acredita que o pior problema será ondas de calor.

Ásia, a região mais afetada

Globalmente, o número de mortes quase não aumentou, passando de 1,19 milhão, no período 1980-1999, para 1,23 milhão, no período 2000-2019. O número de pessoas afetadas por esses desastres naturais aumentou de 3,25 bilhões para 4 bilhões. "Mais vidas estão sendo salvas, mas mais pessoas são afetadas pela crescente emergência climática. O risco de desastres está se tornando sistêmico", ressaltou Mizutori, conclamando o mundo a seguir as recomendações dos cientistas e a investir em programas de prevenção e adaptação às mudanças climáticas.

A Ásia - onde estão oito dos dez países com o maior número de desastres - é a região mais afetada, seguida pelas Américas e pela África. China e Estados Unidos são os países que relataram mais desastres, seguidos pela Índia, Filipinas e Indonésia. Esses países têm densidades populacionais relativamente altas em áreas de risco, aponta o relatório.

Os anos de 2004, 2008 e 2010 foram os mais devastadores, com mais de 200.000 mortes em cada um desses anos. O tsunami de 2004 no Oceano Índico foi o mais mortal, com mais de 220.000 vítimas fatais. O segundo maior evento ocorreu em 2010 no Haiti, quando um terremoto de magnitude 7 na escala Richter matou mais de 200.000 pessoas e feriu mais de 300.000. Em 2008, o ciclone Nargis deixou cerca de 138.000 mortos após sua passagem por Mianmar.

O relatório também observa que o número médio de mortes em todo o mundo, entre 2000 e 2019, foi de cerca de 60.000 por ano e que, desde 2010, não houve nenhum "mega-desastre" (mais de 100.000 mortes).

(Com informações da AFP)

 

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