Em reunião sobre reação global à Covid-19, OMS pede "vigilância internacional" e defende mudanças
A pandemia de coronavírus é "um sinal de alarme" para a comunidade internacional, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, após uma reunião extraordinária do Conselho Executivo da Organização sobre a resposta global à Covid-19.
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O diretor-geral da OMS defendeu o trabalho da instituição, acusada pelo presidente americano, Donald Trump, de "incompetência" na gestão da pandemia. Tedros Adhanom Ghebreyesus reconheceu, entretanto, que "era preciso acelerar o ritmo" das mudanças. "Estamos no bom caminho, mas temos que andar mais rápido. A pandemia é um sinal de alerta para todos", disse. Ele lembrou que é importante promover a reforma que vem sendo implantada há três anos na OMS, para responder de maneira eficaz a situações de emergência sanitária.
A reunião extraordinária do Conselho Executivo da OMS, que aconteceu na manhã desta segunda-feira (5), reuniu os representantes de 34 países eleitos por um período de três anos – eles são encarregados de preparar a executar as decisões dos membros da organização. O encontro foi convocado para dar continuidade a uma resolução aprovada pelos estados membros en maio, que prevê uma avaliação "independente" da reatividade da agência da ONU e da comunidade internacional diante da pandemia.
Reação e recomendações tardias
A China informou o órgão sobre o aparecimento do vírus em dezembro de 2019. A instituição foi bastante criticada por ter demorado em alertar para a emergência da situação, que também foi minimizada por vários governos, que se viram despreparados para lidar com o impacto das contaminações e a saturação dos sistemas de saúde.
Além disso, a OMS divulgou ao longo dos últimos meses recomendações tardias ou contraditórias, principalmente em relação ao uso da máscara ou às formas de transmissão do novo coronavírus.
O diretor-geral lembrou que uma "vigilância internacional dos países" é necessária. "O mundo precisa de um sistema robusto de avaliação entre pares", declarou, citando como exemplo o exame periódico universal aplicado aos membros do Conselho de Direitos Humanos, a cada quatro ou cinco anos.
"Encorajamos os países a terem novas ideias", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus. "Temos que estar abertos a mudanças a partir de agora", declarou. A OMS decretou alerta mundial no 30 de janeiro diante da ameaça do vírus SARS-Cov-2.
Com informações da AFP
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