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Minsk é palco de novos protestos contra reeleição de Lukashenko e 400 pessoas são detidas

Dezenas de milhares de pessoas protestaram neste domingo (13) em Minsk contra a reeleição do presidente Alexander Lukashenko, apesar da repressão da polícia. Pelo menos 400 detenções foram detidas durante a manifestação na capital de Belarus.

Domingo foi marcado novamente por protestos em Minsk, como milhares de pessoas nas ruas.
Domingo foi marcado novamente por protestos em Minsk, como milhares de pessoas nas ruas. via REUTERS - TUT.BY
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A multidão compareceu pelo quinto domingo consecutivo ao centro de Minsk. A oposição, que mobiliza desde as eleições presidenciais de 9 de agosto mais de 100 mil pessoas a cada fim de semana nas ruas da capital, enfrentou mais uma vez um grande dispositivo das forças de segurança. Policiais e soldados estavam fortemente armados e equipados com veículos blindados e jatos d'água, sobretudo diante da sede da presidência, um dos locais de concentração.

O movimento de protesto teve início em Belarus no dia da eleição presidencial, que Lukashenko afirma ter vencido com 80% dos votos.

Desde o início da manifestação, que recebeu o nome de "Marcha dos heróis", em referência às vítimas da repressão, a polícia anunciou a detenção de pelo menos 400 pessoas em Minsk pelo "uso de bandeiras e outros símbolos" da oposição. No fim de semana passado, 600 foram detidos pelas forças de segurança na capital e outras cidades.

"Eu vim marchar pela liberdade e pretendo comparecer sempre, enquanto não conseguirmos por meios pacíficos", declarou Oleg Zimin, de 60 anos. "Estamos dispostos a protestar até a mudança de poder. Não perdemos nenhum domingo", explicaram os irmãos Matvei e Zakhar Kravshenko, ambos com pouco mais de 20 anos.

Manifestantes tentaram se aproximar da sede do governo, mas polícia impediu o movimento.
Manifestantes tentaram se aproximar da sede do governo, mas polícia impediu o movimento. via REUTERS - TUT.BY

No sábado (12), a polícia reprimiu com violência uma concentração de mulheres na capital e dezenas de manifestantes foram detidas. Svetlana Tikhanovskaya, candidata na eleição presidencial que reivindicou a vitória sobre Lukashenko e está exilada na Lituânia, elogiou em um vídeo um "povo realmente heroico que prossegue na luta pela liberdade".

A semana passada foi marcada pela detenção de uma de suas aliadas, Maria Kolesnikova, que resistiu à expulsão do país: ela rasgou o passaporte em pedaços para não ser enviada ao exterior. A opositora foi detida e acusada de "atentar contra a segurança nacional".

Comunidade internacional lamenta e EUA preparam sanções

Apesar da magnitude dos protestos, Lukashenko se nega a fazer qualquer concessão. Ele fez apenas uma breve referência a uma futura e ambígua reforma da Constituição.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que está "profundamente preocupado" com o uso da força em Belarus contra manifestantes pacíficos e destacou que "apenas o povo bielorrusso" pode resolver a crise.

A União Europeia lamentou em um comunicado "o desprezo cada vez mais evidente pelo direito demonstrado em Belarus, em particular a espiral de violência e o exílio forçado" de membros da oposição. O governo dos Estados Unidos anunciou que está preparando sanções contra autoridades bielorrussas e destacou que Moscou está correndo um grande risco ao apoiar o chefe de Estado que está no poder há 26 anos

A Rússia ampliou o apoio a Lukashenko, que se reunirá na segunda-feira (14) com Vladimir Putin em Sochi. De acordo com alguns analistas, Moscou tentará rentabilizar ao máximo o apoio ao presidente bielorrusso, que não tem nenhuma margem manobra e é completamente dependente da Rússia para sobreviver politicamente.

Nos últimos anos, Lukashenko acusou sua histórica aliada Rússia de "desestabilizar" o país. Mas desde o início dos protestos contra seu governo, ele deu uma guinada de 180 graus e voltou a pedir o apoio de Moscou contra o que chama de manobra ocidental.

O governo russo deseja aprofundar a união política e econômica entre os dois países, uma ideia que foi inicialmente rejeitada por Lukashenko.

(Com informações da AFP)

 

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