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Irã tem estoque de urânio dez vezes maior do que o permitido

Sob pressão americana, o Irã permitiu que inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) visitassem uma instalação nuclear suspeita no país. Eles descobriram que o país tem duas toneladas de urânio enriquecido, quantidade dez vezes maior do que o limite de 200 quilos autorizado pelo acordo de Viena, em 2015.

As atividades nucleares do Irã têm sido uma fonte de tensão com o Ocidente.
As atividades nucleares do Irã têm sido uma fonte de tensão com o Ocidente. Atomic Energy Organization of Iran/AFP/File
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Os inspetores recolheram amostras e os resultados das análises estarão disponíveis em três meses. No final de agosto, o volume de urânio enriquecido era de 2.105,4 kg para um limite autorizado de 202,8 kg. No relatório anterior, datado de junho, esse estoque era de 1.571,6 kg.

Não há indicação, contudo, de que as supostas atividades nucleares ocorridas há mais de 15 anos, não relacionadas às operações atuais do Irã, representem qualquer ameaça neste momento. Por enquanto, o material não é suficiente para a produção de uma bomba.

Por muitos meses, Teerã se recusou a cumprir as exigências da agência da ONU, que ela disse ter sido baseada em alegações de Israel. Porém, em virtude de seus compromissos com a AIEA, o Irã é obrigado a aceitar tais inspeções. "A agência visitará o segundo local especificado posteriormente, em setembro de 2020, em uma data já acordada com o Irã", afirmam os relatórios.

“Traição americana”

Embora os Estados Unidos não façam mais parte do acordo nuclear iraniano, assinado em 2015, em Viena, a Casa Branca tem exercido pressão significativa sobre Teerã em relação a esses antigos depósitos nucleares, acusando o país de dissimulação, para pressionar os europeus, a Rússia e a China a abandonarem o acordo de vez.

De acordo com observadores, o Irã se sente traído pela saída dos Estados Unidos do acordo negociado por Barack Obama. Donald Trump ainda determinou sanções que sufocam a economia do país.

O Irã cedeu no final de agosto, após a adoção em junho de uma resolução dos governadores da AIEA, apresentada pelos europeus, instando o país a ter a transparência com a comunidade internacional.

Se Teerã entrou em uma nova fase ao abrir as portas de suas instalações, o país não desistiu de enriquecer urânio, em retaliação à retirada americana. O Irã também continua usando centrífugas mais sofisticadas para enriquecer urânio do que o permitido pelo acordo, adotado após negociações internacionais que duraram vários anos.

Em meados de fevereiro, o Irã disse que estava preparado para cancelar todas as medidas tomadas no sentido de rescindir o acordo, mas somente se a Europa fornecesse em troca vantagens econômicas "significativas".

 

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