Acessar o conteúdo principal

ONU alerta países ricos sobre aumento da insegurança alimentar no mundo

A ONU alerta, uma vez mais, os países ricos sobre o custo da inação face à covid-19. Nos países pobres, a fome poderia aumentar, de acordo com a organização que pede U$ 3,6 bilhões para financiar seu plano de ajuda humanitária.  

Homem carrega um saco com ajuda humanitária na região de Hajjah, no Iêmen, em julho de 2019.
Homem carrega um saco com ajuda humanitária na região de Hajjah, no Iêmen, em julho de 2019. AFP Photo/Essa Ahmed
Publicidade

Esta é a terceira vez que a ONU faz um apelo para dons desde o lançamento de seu plano humanitário, em 25 de março. Na época, a organização buscava U$ 2 bilhões  para ajudar os países pobres a lutar contra o coronavírus. Mas desde então as necessidades aumentaram.

A nova demanda da ONU chega a U$ 10,3 bilhões. Mas somente uma pequena parte desta soma foi obtida, diz Mark Lowcock, secretario geral adjunto das Nações Unidas para Assuntos Humanitários.

“Até hoje, a reação dos países ricos à situação em outros países foi insuficiente”, sublinha. As discussões se eternizam com o Congresso americano e com a União Europeia. O Reino Unido reduziu drasticamente seu apoio, a ajuda dos países do Golfo se fazem esperar e a China prefere atuar individualmente que financiar o plano da ONU. “Nós queremos ver estes países voltar a fazer o que eles fizeram nos últimos anos”, diz o responsável.

Insegurança alimentar

A situação corre o risco de piorar porque a pandemia gerou uma crise econômica em vários países, aumentando a insegurança alimentar. “Existe um sério risco de falta de alimentos entre o fim deste ano e o começo do ano que vem”. 

A ONU se preocupa principalmente com a Somália, o Sudão do Sul, o Iêmen e a Nigéria. Outros países onde a situação também é preocupante são Sudão, Zimbabwe e Haiti. Se nada for feito a população pode não ter alimentos. “Nós devemos agir agora para impedir isso”, repete Lowcock.

Segundo ele, os problemas enormes que enfrenta o mundo podem ser paliados com relativamente pouco dinheiro e muita imaginação. Mas a inação, poderia gerar mais instabilidade e conflitos em uma dezena de outros países. Entre eles, segundo uma projeção da ONU para os próximos dois anos, estão Senegal, Zâmbia, Burundi, Serra Leoa, Zimbábue e Guiné Bissau. Mas também países como o Líbano, Belize e o Tadjiquistão.

Pobreza nos Estados Unidos

Mas não só os países pobres sofrem com o aumento da pobreza. Nos Estados Unidos, segundo um levantamento do Departamento americano de recenseamento (Bureau of the Census), cerca de 16% dos inquilinos não conseguiram pagar o aluguel de junho devido à crise gerada pela covid-19 e mais de 30% se preocupam em não poder pagar o de julho. A pesquisa foi realizada com 73,8 milhões de pessoas entre 2 e 7 deste mês.

Quase metade dos americanos sofreram uma diminuição salarial devido às medidas de quarentena impostas nos Estados Unidos, segundo o departamento.

A pandemia também fez milhões de pessoas perderem seus empregos no país. Em junho, o número oficial de desempregados chegou a 32 milhões, contra 1,6 milhão na mesma época no ano passado, segundo números publicados na quinta-feira (16) pelo Departamento do Trabalho.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.