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China reconhece "lacunas" em seu sistema de prevenção de epidemias

A China admitiu neste sábado (9) que a Covid-19 revelou "lacunas" em seu sistema de saúde e prevenção de doenças infecciosas. "A luta contra a epidemia de Covid-19 foi um grande teste para as capacidades do sistema e de governança do país", reconheceu Li Bin, vice-ministro da Saúde. Em fevereiro, o presidente Xi Jinping já havia usado o mesmo vocabulário. Mas, desta vez, a fala do vice-ministro da Saúde ocorre em um contexto de acusações de Donald Trump, que responsabiliza a China pela propagação da pandemia.

Esta imagem de arquivo mostra uma equipe de médicos e enfermeiros em um hospital de Wuhan no auge da epidemia, em 25 de janeiro.
Esta imagem de arquivo mostra uma equipe de médicos e enfermeiros em um hospital de Wuhan no auge da epidemia, em 25 de janeiro. AFP/Archivos
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O vírus SARS-CoV-2, na origem da pneumonia viral que já matou mais de 274 mil pessoas no planeta, foi detectado pela primeira vez na cidade de Wuhan, no fim do ano passado. No início da epidemia, vários médicos de Wuhan tentaram alertar as autoridades em Pequim sobre a novo coronavírus altamente contagioso. Mas os especialistas foram perseguidos pelo poder central e interrogados pela polícia, acusados de propagar "rumores".

Os Estados Unidos acusam Pequim de ter ocultado informações e ter gerenciado mal a crise sanitária. A epidemia "deveria ter sido detida na China", afirmou Trump durante a semana, entre outras acusações. Vários países europeus, como França, Alemanha e Reino Unido, também fizeram um apelo para que o governo chinês demonstre mais transparência na gestão da epidemia.

Até agora, o governo chinês vinha se defendendo de qualquer falha, sempre argumentando que compartilhou rapidamente as informações sobre o coronavírus tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros países. Na sexta-feira (8), Pequim declarou que apoia a criação, após o fim da pandemia, de uma comissão dirigida pela OMS para avaliar "a resposta mundial" ao novo coronavírus.

"Fortalecendo a cooperação internacional"

O vice-ministro da Saúde falou de várias alternativas para melhorar o sistema de saúde chinês, incluindo a criação de um "comando centralizado, unificado e eficiente" de prevenção de doenças infecciosas. Ele também falou sobre o melhor uso da inteligência artificial e do big data para antecipar epidemias. Finalmente, o ministério está fazendo campanha por uma melhoria nas leis de saúde ou mesmo "um fortalecimento da cooperação internacional".

Mais de 80 mil pessoas foram contaminadas pelo coronavírus na China, principalmente em Wuhan, megalópole de 11 milhões de habitantes. O início da crise foi difícil na cidade chinesa: cuidadores confrontados com uma doença desconhecida, hospitais sobrecarregados e forçados a recusar pacientes, testes indisponíveis, pacientes não diagnosticados e falta de equipamento. O número total de casos da doença e de mortos – 4.633 de acordo com o último balanço oficial – continua levantando fortes suspeitas de subnotificação.

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