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Moscou inicia confinamento com receio de propagação rápida da Covid-19

O centro de Moscou estava praticamente deserto de carros e pedestres na manhã desta segunda-feira (30), no primeiro dia do confinamento, por tempo indeterminado, para evitar a propagação do novo coronavírus. As outras regiões russas se preparam para seguir a mesma orientação. Até agora, apenas pessoas com mais de 65 anos estavam proibidas de sair de casa.

Policial verifica se motorista tem permissão para sair de casa em Moscou.
Policial verifica se motorista tem permissão para sair de casa em Moscou. SERGEI GAPON / AFP
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Daniel Vallot, correspondente da RFI em Moscou

As autoridades russas tomaram consciência da gravidade da epidemia da Covid-19 de forma tardia e súbita. No fim de semana, os moscovitas ainda lotaram os parques e jardins da cidade para aproveitar o tempo ensolarado e a chegada da primavera. Essa frequentação soou como um sinal de alarme. Na noite de domingo (29), o prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, adotou medidas de isolamento da população particularmente rigorosas.

Os moscovitas só poderão sair de suas casas para trabalhar (apenas se o teletrabalho não for possível), para emergências médicas ou ir à farmácia, e para fazer compras "na loja mais próxima de sua casa". Eles também podem retirar o lixo e passear com o cachorro, mas apenas dentro de um raio de 100 metros. Não há possibilidade de caminhar ou correr como em outros países.

Além disso, essas medidas de restrição de circulação serão monitoradas por um "sistema de vigilância inteligente". O comunicado de imprensa da prefeitura de Moscou não dá detalhes sobre esse ponto. Segundo a imprensa russa, cada morador poderá receber um código QR, que deverá ser escaneado para que a polícia possa verificar seu local de residência, de trabalho e possíveis isenções.

O presidente Vladimir Putin pediu aos moradores de Moscou para "levar a sério e com total responsabilidade" as regras de isolamento impostas a partir de hoje.

Baixo número de testes

A Rússia está fortalecendo as medidas de prevenção contra a doença, mas divulga dados relativamente baixos de pessoas infectadas: cerca de 1.600 casos do novo coronavírus e nove mortos. Uma avaliação oficial que até o prefeito de Moscou considera "subestimada", sem dúvida devido ao pequeno número de testes realizados no país.

Depois de se acharem protegidos da epidemia por um longo tempo, porque fecharam suas fronteiras terrestres com a China muito cedo e bloquearam o acesso do país a turistas chineses, o governo central e prefeitos russos provavelmente antecipam a rápida disseminação da doença. As autoridades consideram que as medidas anunciadas na semana passada – um período de férias obrigatório de 28 de março a 5 de abril – são insuficientes. Ficou claro que não há mais razão para adiar o confinamento dos 12 a 16 milhões de habitantes de Moscou e sua região, considerada o epicentro da epidemia no país.

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