Acessar o conteúdo principal
China/Coronavírus

Pangolim pode ser principal via de transmissão do coronavírus a humanos

O pangolim, um pequeno mamífero conhecido por suas escamas e ameaçado de extinção, pode ser o animal-chave na transmissão aos humanos do novo coronavírus, que já matou mais de 600 pessoas na China.

Segundo cientistas, genomas das sequências de vírus analisadas no pangolim são 99% idênticos aos dos pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Segundo cientistas, genomas das sequências de vírus analisadas no pangolim são 99% idênticos aos dos pacientes infectados pelo novo coronavírus. Reuters
Publicidade

Pesquisadores da Universidade de Agricultura do sul da China identificaram o pangolim como um possível "hospedeiro intermediário" que facilitou a transmissão do vírus, informou a instituição em um comunicado nesta sexta-feira (7), sem dar mais detalhes.

Um animal que hospeda o vírus sem estar doente e pode transmiti-lo para outras espécies é chamado de "reservatório". No caso do novo coronavírus, o reservatório provavelmente é o morcego. De acordo com um estudo recente, os genomas deste vírus e os que circulam neste animal são 96% idênticos.

O vírus do morcego não é, porém, capaz de se fixar em humanos receptores e, sem dúvida, precisa passar por outra espécie para se adaptar aos humanos, o que é chamado de "hospedeiro intermediário".

Tendo estudado mil amostras de animais selvagens, os cientistas determinaram que os genomas das sequências de vírus analisadas no pangolim eram 99% idênticos aos dos pacientes infectados pelo coronavírus de Wuhan.

Novo coronavírus surgiu em mercado de animais

Esse novo vírus apareceu em dezembro passado, em um mercado da cidade chinesa de Wuhan, no centro do país, onde muitos animais vivos são comercializados, alguns deles selvagens.

Dada a natureza do novo coronavírus, os especialistas suspeitam de que havia um mamífero que agia como um "hospedeiro intermediário". Por algum tempo, pensaram na cobra, mas essa hipótese foi descartada.

Na epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), entre 2002 e 2003 na China, também causada por um coronavírus, o hospedeiro era o civet, um pequeno mamífero de carne muito apreciada na China.

Para conter a epidemia, o governo chinês anunciou, no final de janeiro, uma proibição temporária do comércio de animais silvestres. Criação, transporte e venda de todas as espécies selvagens também estão proibidos por tempo indeterminado.

Chineses e vietnamitas comem carne de pangolim

Todos os anos, cerca de 100 mil pangolins são comercializados ilegalmente na Ásia e na África, sendo uma espécie mais cobiçada por traficantes de animais selvagens do que elefante, ou rinoceronte, segundo a ONG WildAid. Sua carne é muito apreciada por chineses e vietnamitas, e suas escamas, ossos e órgãos, são usados na medicina tradicional asiática.

Em 2016, a Convenção Internacional sobre o Comércio de Espécies Selvagens Ameaçadas de Extinção introduziu o pangolim em uma lista que proíbe sua comercialização. De acordo com as ONGs, porém, apesar desta medida, o tráfico ilegal dessa espécie continua aumentando.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.