Acessar o conteúdo principal
China/epidemia

Coronavírus: França envia segundo avião para repatriar cidadãos em Wuhan

O segundo avião fretado pelo governo francês para repatriar os cidadãos que estão em Wuhan, onde teve início a epidemia do novo coronavírus, decolou na noite desta sexta-feira (31) de Paris, por volta das 00h15. A aeronave, um Airbus380, deve aterrissar neste domingo (2).

Ônibus leva franceses que voltaram de Wuhan, na China, para centro de confinamento perto de Marselha
Ônibus leva franceses que voltaram de Wuhan, na China, para centro de confinamento perto de Marselha (Foto: AFP)
Publicidade

Segundo a ministra da Saúde francesa, Agnès Buzyn, ele trará a bordo franceses que estariam “arrependidos” de não ter voltado no primeiro voo, que chegou à França na sexta-feira (31). Ainda não se sabe se eles serão levados para o mesmo centro de confinamento onde já estão os outros 200 cidadãos repatriados.

O primeiro voo aterrissou na base militar de Istres e seus passageiros foram levados de ônibus para uma colônia de férias em Carry-le-Rouet, estação balneária perto de Marselha, cedida para recebê-los. Neste sábado (1), perto do centro, policiais vigiavam o local, localizado em uma área cercada de árvores, a três quilômetros do centro da cidade.

Todos os repatriados se comprometeram a respeitar o período de quarentena, que pressupõe 14 dias de isolamento. Eles podem circular livremente dentro do local, com médicos à disposição 24 horas por dia. Até à noite, eles ainda não tinham sido submetidos a nenhum exame médico. Durante a estadia, os hóspedes terão a temperatura verificada duas vezes por dia. Nesta sexta-feira, dois passageiros foram hospitalizados, com suspeita de contágio, mas os testes deram negativo.

A epidemia, que teve início em dezembro em um mercado de Wuhan, já chegou a 25 países. A China já registrou 11.791 casos, de acordo com um último balanço – mais de 2.100 apenas nesta sexta-feira. O novo vírus já deixou mais de 250 mortos no país, que está cada vez isolado.

Os Estados Unidos anunciaram medidas excepcionais, que incluem o fechamento das fronteiras para viajantes que passaram pela China. O país também decidiu impor um período de quarentena para os americanos. As medidas, criticadas pelas autoridades chinesas, entram em vigor a partir deste domingo, segundo o ministro da Saúde, Alex Azar.

A Organização Mundial da Saúde declarou, nesta quinta-feira (30), qualificou a epidemia de “emergência de saúde pública internacional”, mas fez um alerta contra medidas de restrição de circulação de pessoas, que poderiam prejudicar a distribuição de ajuda para países mais necessitados e afetar a economia dos países atingidos.

Na Tailândia, segundo país mais atingido, brasileira relata tensão

A psicóloga brasileira Bárbara Oliari vive com seu marido e a filha na cidade litorânea de Pattaya, na Tailândia, o segundo mais atingido pela epidemia, com 19 casos confirmados. O país, um dos destinos preferidos dos turistas chineses nas férias, deveria receber para as férias do Ano Novo 800 mil pessoas, mas, com a epidemia os voos foram cancelados.

Segundo Bárbara, o clima “é dos piores possíveis.” As escolas, conta, medem todos os dias a temperatura dos alunos, assim como das pessoas que entram nos estabelecimentos, gerando nas crianças o temor de uma contaminação. “Ontem minha filha chegou na escola e a temperatura dela estava em 37,5°, que é limite. Eles autorizaram sua entrada com a condição de medir novamente mais tarde. Ela ficou muito nervosa, tinha certeza de que tinha o vírus. Uma hora depois ela voltou voluntariamente e a temperatura tinha subido para 37,8°.”

De acordo com a brasileira, a escola a telefonou para que buscasse a filha e ela logo percebeu que a menina não tinha febre. “Ela estava nervosa, apavorada, chorando, dizia que não queria morrer com oito anos e achava que estava com o vírus”, relata. Bárbara explicou para ela que certamente não era o caso, o que acabou se confirmando – sua filha, na realidade, não tinha febre. "Foi fruto do stress dela e desse clima de pânico que se estabeleceu aqui", analisa.

Em geral, relata, "a vida continua" e "algumas escolas frequentadas por famílias chinesas cancelaram todas as atividades coletivas e eventos que precisam da participação dos pais. Existem muitas famílias chinesas que recebem visitas nesta época. Hoje fui até a Imigração e todas as pessoas usam máscaras. Mas quando vão conversar entre eles as retiram. Então existe esse clima no ar, todas as pessoas no shopping ou no metrô de Bangoc com máscaras, mas não as utilizam de maneira adequada”, comenta.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.