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Protestos/Geórgia

A pedido da oposição, 10 mil saem às ruas na Geórgia por reforma no sistema eleitoral

Cerca de 10.000 pessoas se manifestaram na noite desta quinta-feira (14) na Geórgia, a pedido da oposição, após a rejeição pela maioria no poder, neste país do Cáucaso, de uma reforma do sistema eleitoral, prometida com o objetivo de encerrar a onda anterior de protestos.

Confrontos com a polícia durante as maniestações em junho em Tbilissi, capital da Geórgia.
Confrontos com a polícia durante as maniestações em junho em Tbilissi, capital da Geórgia. REUTERS / Irakli Gedenidze
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Sob pressão da rua desde junho, o poderoso oligarca e líder do partido majoritário Sonho da Geórgia, Bidzina Ivanichvili, havia prometido abolir o sistema de votação misto para as eleições legislativas de 2020 e introduzir a votação proporcional. Apesar da esmagadora maioria do partido no Parlamento, os deputados rejeitaram a reforma, enfurecendo os partidos da oposição.

"Um movimento de protesto em massa deve começar na Geórgia", disse Salomé Samadashvili, um dos líderes do principal partido da oposição, o Movimento Nacional Unido do ex-presidente Mikheil Saakashvili. Outra deputada, Irma Inachvili, da Aliança Patriótica, pediu aos "apoiadores de todos os partidos da oposição que saiam às ruas" para "expulsar o poder" do Sonho Georgiano.

Uma primeira manifestação começou, logo após a votação, em frente ao Parlamento, várias centenas de manifestantes bloqueando o tráfego na avenida principal de Tbilisi. À noite, o número de manifestantes aumentou para cerca de 10.000, de acordo com a agência AFP.

Em meio à onda de protestos, líderes de praticamente todos os partidos da oposição realizaram nesta quinta-feira reuniões sem precedentes, prometendo deixar de lado suas diferenças e formar uma frente unida contra o partido Sonho da Geórgia, atualmente no poder.

Eleições antecipadas

"A realização de eleições parlamentares antecipadas é a demanda conjunta de todo o espectro político da Geórgia", disse Tina Bokoutchava, uma das líderes do Movimento Nacional Unido, à imprensa local, após as negociações. De sua parte, o presidente do Parlamento, Artchil Talakvadze, membro do Sonho da Geórgia, rejeitou o pedido, dizendo que "não havia base constitucional" para cumpri-lo.

"Apelamos a todos os partidos políticos para que se envolvam em um diálogo político construtivo em vista das eleições parlamentares agendadas para outubro de 2020", disse.

Impulsionado pelo homem mais rico da Geórgia, o Sonho está no poder desde 2012, mas sua popularidade caiu acentuadamente nos últimos meses em um cenário de estagnação econômica e de temores de uma retirada dos ganhos democráticos dessa antiga república soviética do Cáucaso.

Dezenas de milhares de pessoas haviam se manifestado em junho contra Ivanichvili, suspeito de controlar o país e seu governo.

Inicialmente, as manifestações foram desencadeadas pela presença de deputados russos no Parlamento da Geórgia, enquanto os dois países se opuseram a uma curta guerra em 2008. A polícia reprimiu esses protestos. A onda de manifestações finalmente voltou com a promessa de introduzir um sistema de votação estritamente proporcional nas eleições de outubro de 2020.

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