G7 reaproxima Trump e Macron; francês consegue iniciar mediação sobre o Irã
Apesar dos temores de que a cúpula do G7 se transformaria em um festival de divergências, o evento contribuiu para a reaproximação entre o anfitrião, Emmanuel Macron, e o convidado imprevisível Donald Trump. “Foram dois dias e meio de muita união”, declarou Trump, antes de afirmar que Macron “fez um trabalho fantástico” em Biarritz e é “um cara ótimo”. O evento se encerra nesta segunda-feira (26) com o americano disposto a se encontrar com o presidente iraniano, Hassan Rohani, em uma mediação feita pelo líder francês.
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As discussões no âmbito do G7 criaram "condições para um encontro e um acordo" entre Trump e Rohani sobre a crise nuclear. "Se as circunstâncias estiverem acertadas, eu certamente concordo em encontrá-lo", afirmou o americano, em uma coletiva de imprensa ao lado de Macron, no encerramento da cúpula. O francês, que tem mantido contatos frequentes com Teerã, manifestou a esperança de que a reunião possa ocorrer "nas próximas semanas".
O objetivo é impedir que Teerã consiga fabricar uma bomba nuclear. Essa possibilidade se acentuou depois que os Estados Unidos se retiraram do acordo internacional sobre a questão e retomaram as sanções contra o Irã, em 2018. Em resposta, Teerã abandona gradativamente os compromissos assumidos no pacto, firmado após duras negociações, em 2015. O diálogo entre os dois países está rompido.
Acordo sobre imposto a gigantes digitais
Outra questão na qual a reaproximação de Paris e Washington ficou evidente é em relação a um possível conflito comercial que se anunciava entre os dois países. Em reação à imposição de impostos específicos franceses sobre gigantes digitais como Google e Facebook, empresas americanas, Trump ameaçava “taxar como nunca” os vinhos franceses. A União Europeia reagiu com a promessa de que, “se os Estados Unidos impuserem barreiras alfandegárias à França, a União Europeia responderá da mesma maneira”.
Nesta segunda-feira, porém, Macron revelou que os dois países chegaram a “um ótimo acordo” sobre o tema. A ideia é negociar um imposto internacional dentro dos países da OCDE, em 2020. Neste momento, a França se comprometeu a abolir o seu imposto.
Com informações AFP e Reuters
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