Acessar o conteúdo principal

Ex-humorista Zelensky toma posse na Ucrânia e anuncia dissolução do Parlamento

O ex-humorista Volodymyr Zelensky tomou posse como presidente da Ucrânia nesta segunda-feira (20), prometendo alcançar um cessar-fogo no leste do país, onde o conflito separatista com a Rússia já deixou 13 mil mortos. Na cerimônia, realizada no Palácio Marynski de Kiev, o líder também anunciou a dissolução do Parlamento, medida tomada para buscar uma maioria favorável a seu governo.

O novo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ouve o hino nacional durante a cerimônia de posse em Kiev, Ucrânia, em 20 de maio de 2019.
O novo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ouve o hino nacional durante a cerimônia de posse em Kiev, Ucrânia, em 20 de maio de 2019. REUTERS/Valentyn Ogirenko
Publicidade

"Dissolvo o Parlamento", afirmou Zelensky diante dos deputados e delegações internacionais reunidas para a cerimônia de posse. Em seu discurso, o líder anunciou a prioridade do novo governo: "Nossa primeira tarefa é conseguir um cessar-fogo", afirmou, referindo-se à região do leste do país controlada por separatistas pró-Rússia.

Um mês depois de vencer o ex-presidente Petro Poroshenko, que tentava a reeleição, o ex-humorista, de 41 anos, tornou-se o presidente mais jovem da Ucrânia na era pós-soviética. Sem experiência política, Zelensky não havia feito até hoje, dia da posse, nenhuma declaração pública desde que venceu a eleição, em 21 de abril, criando expectativa em torno de sua equipe ministerial.

Seu primeiro discurso foi acompanhado com atenção pelos ucranianos, ansiosos sobre os planos do líder, que não foram divulgados durante uma campanha dominada pela desilusão pública com o "establishment" político e na qual ele prometeu "romper o sistema".

Da TV para a vida real

Há alguns meses, a ideia de Zelensky se tornar presidente da Ucrânia parecia impossível. Quando o ex-humorista, que interpretou papel de presidente em uma série de TV, anunciou sua candidatura, poucos levaram a sério. No entanto, depois de uma campanha sem precedentes, baseada em grande parte nas redes sociais, ele conseguiu mais de 73% dos votos no segundo turno, derrotando Poroshenko.

Seu antecessor foi eleito há cinco anos com forte apoio popular após uma revolta popular pró-Ocidente, o que levou a Ucrânia a viver tempos excepcionalmente difíceis após a anexação da Crimeia pela Rússia e à explosão de um conflito armado com separatistas, respaldados por Moscou. O confronto deixou 13 mil mortos.

Poroshenko evitou o colapso total e iniciou uma série de reformas cruciais, mas foi amplamente criticado por não melhorar o nível de vida dos ucranianos nem lutar de modo eficaz contra a corrupção generalizada.

Zelensky prometeu continuar com o rumo pró-Ocidente do país, mas seus opositores perguntam têm dúvidas sobre como ele enfrentará os grandes desafios do conflito separatista e os problemas econômicos.

Dissolução do Parlamento

Zelensky não tem maioria no atual Parlamento, por isso anunciou sua dissolução. Fixar uma data para a posse exigiu semanas de negociações e o ex-humorista, desesperado, chamou os parlamentares de "ladrões".

"O país precisa de mudanças e reformas fundamentais", afirmou a equipe do presidente, na última sexta-feira (17). "Esta é a demanda do povo ucraniano. E, para isso, nós precisamos de um Parlamento que funcione", completou a equipe.

O novo presidente também terá que lidar imediatamente com uma série de temas internacionais delicados, o que mostrará à população como ele pretende enfrentar todos os desafios do país nos próximos anos.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.