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Mercedes/China

Mercedes-Benz pede desculpas à China por citar Dalai Lama

A montadora alemã entra na lista das empresas estrangeiras que cometeram uma gafe contra o regime comunista de Pequim e prontamente se desculparam.

Mercedes-Benz pede desculpas à China por citar Dalai Lama.
Mercedes-Benz pede desculpas à China por citar Dalai Lama. REUTERS/Michaela Rehle
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Na segunda-feira (6), a Mercedes publicou uma mensagem no Instagram, promovendo um salão da marca, acompanhado da frase “Observe uma situação de todos os ângulos, abra a sua mente!”. O autor foi devidamente citado: Dalai Lama.

Apesar de o acesso ao Instagram ser bloqueado na China, a mensagem desencadeou reações furiosas com toques nacionalistas nas redes sociais chinesas. O governo chinês diz que o Dalai Lama, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, é "um lobo disfarçado de monge" e "um separatista", apesar de o líder tibetano, exilado na Índia, exigir apenas maior autonomia para a região chinesa do Tibete.

Diante da fúria chinesa, a Mercedes apagou prontamente a mensagem e publicou, no dia seguinte, um pedido de desculpas, em mandarim, na plataforma Weibo, uma versão local do Facebook. "Estamos conscientes de que ferimos os sentimentos do povo deste país", reconheceu a montadora, afirmando "lamentar profundamente a publicação de informações extremamente incorretas" e estar determinado a "aprofundar seu conhecimento da cultura chinesa".

A Mercedes-Benz tem todos os motivos para não desagradar a China, seu primeiro mercado e onde as vendas aumentaram 26% no ano passado.

Montadora acusada de humilhar chineses

Apesar das desculpas da fabricante, a versão digital do Jornal do Povo, porta-voz do Partido Comunista, dedicou ao incidente um editorial inteiro nesta quarta-feira (7). "Mercedes-Benz, você se tornou um inimigo do povo chinês", diz o texto, que acusa a fabricante de "obter grandes benefícios" na China, principal mercado de automóveis do mundo, enquanto "humilha" seu povo.

Várias empresas ocidentais foram identificadas nas últimas semanas por ignorar a linha oficial de Pequim sobre a sua soberania, seja sobre o Tibete (região sob tutela desde 1950), Hong Kong (ex-colônia britânica com grande autonomia) ou Taiwan (ilha independente de fato, mas reivindicada por Pequim).

Punições que doem no bolso

Há tempos, os artistas sabem o quanto custa caro atravessar tais linhas vermelhas. O grupo de rock britânico Placebo recebeu no ano passado "a proibição vitalícia" de se apresentar na China, depois de publicar uma foto do Dalai Lama no Instagram. A comunicação das empresas é monitorada de perto.

A marca espanhola Zara e a companhia aérea americana Delta Airlines foram acionadas em janeiro por terem incluído suas sedes em Hong Kong e Taiwan na lista de "países", como se fossem entidades independentes.

A porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying, ressaltou recentemente que a China "recebe com grande prazer as empresas estrangeiras, mas todas devem respeitar a soberania e a integridade territorial do país".

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