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Le Monde/Rio

Jornal Le Monde destaca escalada de violência que assola o Rio

O jornal Le Monde desta terça-feira (8) diz que o Rio de Janeiro está em estado de “guerra não declarada”. “Um ano após a organização dos Jogos Olímpicos, a ‘cidade maravilhosa’ está sendo assolada por vagas de violência”, diz a matéria.

Forças de segurança ocupam ruas próximas ao Complexo do Lins, na zona norte do Rio. 06/08/17
Forças de segurança ocupam ruas próximas ao Complexo do Lins, na zona norte do Rio. 06/08/17 Tomaz Silva/agencia Brasil
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Os números apresentados são assustadores: 3.457 homicídios no primeiro semestre, 93 policiais mortos desde janeiro e 10 mil roubos de cargas em 2016. O medo de virar estatística é norma entre os policiais, constata a reportagem.

Os habitantes das comunidades também estão se tornando vítimas correntes. Segundo o Instituto de Segurança Pública, as taxas de mortes violentas no Estado aumentaram de 15% nos seis primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2016, com quase 3.500 vítimas – ou seja, uma média de 19 pessoas por dia, negras em sua maioria.

Pacificação é "fiasco"

A espiral da violência atinge cada vez mais civis. Só em 2017, mais de 600 pessoas foram vítimas de balas perdidas nas trocas de tiros entre policiais e criminosos. O programa de pacificação de comunidades adotado para a Copa do Mundo e para os Jogos Olímpicos é considerado como um fiasco.

Le Monde cita o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que deplora “uma perda total do controle da segurança pública” no estado. O jornal francês lembra que o Michel Temer assinou no último dia 28 de julho um decreto autorizando o destacamento de 8.500 soldados para reforçar a segurança da cidade até 2018.

Entre os novos fatores que agravam a essa situação, complexa e catastrófica, estão os caixas vazios do Estado, à beira da falência, o desemprego em índices recordes e o crime organizado, cita Le Monde. Segundo especialistas, após uma ruptura, no segundo semestre de 2016, das duas principais facções criminais do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, está avançando por territórios do Comando Vermelho, do Rio.

Perdidos na favela

Le Monde também relata que, nas favelas, a polícia é mais temida que os traficantes de armas e de drogas, que vivem dentro das comunidades.

Já o jornal ingles The Guardian dá destaque para o caso de uma britânica baleada, no domingo, em uma favela de Angra dos Reis. Ela estava em um carro com o marido e três crianças pequenas.

Segundo a imprensa brasileira, citada pelo Guardian, aparentemente a família, que, sem falar português, procurava algum lugar para comprar água, e não entendeu o aviso de um grupo para que fossem embora. O carro dos turistas avançou e foi metralhado. A mulher foi atingida por dois tiros no abdômen.  

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