OMS prevê aumento de 30% nas mortes provocadas pelo tabagismo em 2030

O número de mortes provocadas pelo consumo de cigarros vai continuar a aumentar e atingir 8 milhões de pessoas por ano em 2030. Esse acréscimo representa um aumento de mais de 30% em relação aos índices atuais, adverte um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos divulgado nesta terça-feira (10). As campanhas de prevenção não têm sido eficazes.

De acordo com a OMS, o tabagismo mata a metade dos dependentes. REUTERS/Lisi Niesner/File Photo

O custo das consequências do tabagismo para a economia mundial é altíssimo, avaliado em US$ 1 trilhão por ano, em despesas de saúde ou perda de produtividade. Cerca de 80% das vítimas vive em países pobres ou em desenvolvimento. Esse montante é muito superior ao imposto recolhido com a venda de cigarros.

A OMS constata que o fumo mata atualmente a metade das pessoas que consomem o produto, ou seja, 6 milhões de indivíduos por ano. Desse total, mais de 5 milhões são fumantes ou ex-dependentes e mais de 600 mil fumantes passivos.

Segundo a OMS, no período de 2013-2014, as taxas sobre o tabaco no mundo renderam US$ 269 bilhões. O estudo, validado por mais de 70 especialistas, estima que as mortes provocadas pelo tabagismo são as mais fáceis de ser evitadas. O documento assinala que os governos nacionais, temendo um impacto negativo em suas economias, não adotaram todos os instrumentos possíveis para lutar contra a dependência do cigarro.

Além da alta do preço, da proibição de fumar em espaços públicos, da interdição de publicidade, a OMS recomenda o uso de fundos criados pelas taxas sobre o tabaco para financiar campanhas de prevenção e de ajuda aos fumantes para abandonar o vício. Entre 2013-2014, menos de US$ 1 bilhão foi investido em políticas de prevenção no mundo, um valor considerado insuficiente.