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Morre Islam Karimov, presidente do Uzbequistão durante 25 anos

O presidente do Uzbequistão, Islam Karimov, no poder há mais de duas décadas, morreu aos 78 anos nesta sexta-feira (2) em consequência de uma hemorragia cerebral, anunciou a televisão estatal.

Islam Karimov, presidente do Uzbequistão, em imagem de 26 de abril de 2016.
Islam Karimov, presidente do Uzbequistão, em imagem de 26 de abril de 2016. REUTERS/Maxim Shemetov
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Acusado de amordaçar a oposição e de nepotismo pelo Ocidente, o presidente do Uzbequistão, Islam Karimov, faz parte dos chefes de estado que chegaram ao poder após a queda da antiga União Soviética.

Karimov conduziu durante 25 anos o Uzbequistão, país da Ásia Central que sempre manteve laços estreitos com o irmão mais velho - a Rússia -, participou de camarote da emergência econômica do gigante chinês e que agora se preocupa com a radicalização islâmica.

Seus detratores, incluindo adversários políticos uzbeques que se refugiaram no exterior e organizações humanitárias, descrevem-no como um ditador autoritário. Seus partidários, por sua vez, apresentam-no como o principal baluarte contra a ascensão de radicais islâmicos e a relativa estabilidade econômica do país mais populoso da Ásia Central, com 30 milhões de habitantes.

Histórico de repressão

Líder da República Socialista Soviética do Uzbequistão desde 1989 e reeleito três vezes desde a independência do país, em 1991, Karimov não tem sucessor designado, o que prenuncia um futuro difícil em um país sem tradição de alternância democrática.

Islam Karimov sempre alegou que o controle total do poder em seu país era vital para a segurança e modernização do Uzbequistão. Seus críticos e ONGs internacionais denunciam, ao contrário, um regime brutal e a supressão de qualquer forma de oposição.

Nascido em 30 de janeiro de 1938 em Samarkand, na Ásia Central, no coração da Rota da Seda, ele cresceu em um orfanato antes de prosseguir estudos de mecânica e economia. Karimov subiu na hierarquia do Partido Comunista dos tempos soviéticos. Após a independência do país, em 1991, ele conseguiu permanecer no poder e imediatamente começou a trabalhar para eliminar todos os adversários políticos.

Se seus partidários afirmam que ele dirigiu de modo satisfatório a transição para uma economia de mercado, após a queda da União Soviética, seus críticos o acusam, no entanto, de ter deixado como herança uma elite corrupta que aproveitar todas as alavancas do sistema de poder do Uzbequistão.

 

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