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Hong Kong: 3 militantes da Revolução dos Guarda-Chuvas são absolvidos

Três estudantes de Hong Kong, que lideraram a Revolução dos Guarda-Chuvas, em 2014, conseguiram ser absolvidos da condenação de prisão. Um tribunal do país descartou, nesta segunda-feira (15), que a ação dos rapazes tenha sido um "crime", reconhecendo o caráter político da militância deles.

Da esquerda para direita: os estudantes Joshua Wong, Nathan Law e Alex Chow, líderes da Revolução do Guarda-Chuvas.
Da esquerda para direita: os estudantes Joshua Wong, Nathan Law e Alex Chow, líderes da Revolução do Guarda-Chuvas. REUTERS/Bobby Yip
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Em julho, o mesmo tribunal declarou culpados os três líderes do forte movimento de contestação que sacudiu o país há dois anos. A decisão provocou críticas dos defensores dos direitos humanos. Eles denunciam a politização da justiça em um momento em que se intensificam as denúncias de que Pequim está restringindo as liberdades na antiga colônia britânica.

Joshua Wong, de 19 anos, Nathan Law, de 23 anos, e Alex Chow, de 25 anos, poderiam ser condenados a até dois anos de prisão. Finalmente, a justiça de Hong Kong resolveu penalizá-los de outra forma. Wong deve prestar 80 horas de serviço comunitário e Law, 120 horas. Já Chow foi condenado a três semanas de prisão, mas a pena foi suspensa para que ele pudesse realizar seus estudos fora do país.

A juíza levou em consideração o fato de que nenhum dos três rapazes tinha antecedentes judiciais. Além disso, considerou que o caso não se tratava de um "crime ordinário", mas que as motivações dos militantes eram políticas e sociais.

Os três acusados celebraram a decisão, afirmando tratar-se de "uma mensagem que pede o respeito aos direitos de expressão". Já a Ong Human Rights Watch criticou que a justiça não tenha encerrado o caso de vez, já que considera que houve "uma violação da liberdade de expressão e de reunião".

Revolução dos Guarda-Chuvas

Wong, Law e Chow lideraram em setembro de 2014 o movimento que ficou conhecido como Revolução dos Guarda-Chuvas. Eles exigiam eleições livres para o chefe do executivo local em 2017, sem a interferência de Pequim, que pré-seleciona os candidatos.

Depois de ser governada pelos britânicos, Hong Kong voltou para as mãos dos chineses em 1997 e funciona sob o “modelo de um país, dois sistemas”. No entanto, vários setores da população denunciam a interferência chinesa como um desrespeito à democracia.

Os protestos contra Pequim começaram de forma pacífica em 2014 e mobilizaram milhares de jovens, que, durante 79 dias, conseguiram bloquear bairros inteiros de Hong Kong, resultando na maior crise política já vivida pelo país.

A mobilização foi fortemente repreendida pela polícia, o que atraiu a atenção e muitas críticas da opinião pública internacional. Os manifestantes usavam guarda-chuvas para se proteger dos gases lacrimogêneos utilizados pelas forças de segurança, de onde surgiu o nome do movimento.

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