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Linha Direta

Vestibular chinês reúne 10 milhões de estudantes

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Um das provas mais esperadas do ano por milhões de estudantes chineses, o vestibular virou uma verdadeira operação de guerra no país. Esta semana, quase 10 milhões de alunos tentam garantir uma vaga nas melhores universidades do país. E a ordem deste ano é combater a todo custo a cola.  

Mais de 9 milhões de estudantes na China passam o vestibular nacional, chamado de "Gaokao", que seleciona estudantes para ingressar no sistema de ensino superior. Na foto vestibular em Zhengzhou, província do Henan da China.
Mais de 9 milhões de estudantes na China passam o vestibular nacional, chamado de "Gaokao", que seleciona estudantes para ingressar no sistema de ensino superior. Na foto vestibular em Zhengzhou, província do Henan da China. STR / AFP
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Vivian Oswald, correspondente da RFI em Pequim

Um exército de quase 10 milhões de chineses disputa até esta sexta-feira uma vaga na universidade. Trata-se de uma mobilização monumental. É quase uma operação de guerra, que envolve inclusive força policial para fazer a segurança nos locais dos testes. O "gaokao" é o teste mais esperado do ano pelos jovens chineses e pode mudar a vida sobretudo dos alunos das áreas rurais do país. É tanta gente que seriam necessários 100 estádios do Maracanã, o maior do mundo, para acomodá-los nos dois dias de provas.

Governo quer evitar cola

Este ano, pela primeira vez, quem for pego colando pode ser preso e cumprir pena de até sete anos. A criminalização da cola foi uma alternativa encontrada pelas autoridades para restabelecer a boa imagem do "gaokao" - como é chamado o vestibular chinês - depois de denúncias de corrupção e acertos entre professores e alunos. A medida foi comemorada por alguns pais de alunos, que avaliam que "quanto mais rígido, mas justo será o teste", e criticada por outros, que consideram as punições "duras demais", podendo "destruir com a vida dos jovens" pegos.

Além do reforço policial nas salas de aula para fazer revistas e monitorar comportamentos considerados estranhos, foram limitadas as vendas de dispositivos sem fio, normalmente usados neste tipo de situação por quem quer trapacear o exame.

Equipamentos de alta tecnologia estão sendo usados para evitar problemas. Os alunos terão de fazer reconhecimento de impressão digital e facial. Aparellhos modernos estão sendo usados pelos professores para captar engenhocas improvisadas de cola. Na região autônoma da Mongólia Interior, por exemplo, eles implantaram um sistema de reconhecimento do aluno por leitor de veias do dedo, uma técnica de autenticação biométrica de última geração.

Autoridades utilizam drones

Em Luoyang, na província de Henan, as autoridades locais estão usando drones auma distância de 500 metros dos locais da prova para interceptar qualquer sinal de rádio nas rendodezas dos prédios. Conteúdos na internet relacionados ao gaokao e considerados impróprios também foram retirados do ar.

A ação mais rigorosa, porém, ficou por conta da mudança na Lei Criminal, que passou a valer a partir de novembro do ano passado, que criminaliza a cola, os facilitadores da cola ou a contratação de terceiros para prestar os exames. Diante da mobilização e das expectativas, no começo da semana, o físico britânico Stephen Hawking usou a sua conta do twitter para enviar uma mensagem de otimismo aos vestibulandos chineses. Pediu que fossem "destemidos, pois este era o começo para um futuro brilhante".

Gaokao pode mudar vida dos alunos

Ele pode permitir um futuro diferente, com um bom emprego, sobretudo para quem vem das áreas rurais do país. E, para garantir o acesso aos jovens de famílias mais pobres, o governo lançou um programa nacional que permite que enviem seus currículos e histórico escolar antes da prova. Assim as universidades têm como fazer uma avaliação prévia e diminuir os requisitos dos resultados no gaokao. Isso aumenta as chances deles de ficar com uma vaga.

 

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