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Líbia/ terrorismo

Bombardeio americano na Líbia mata dois reféns do EI

Dois sérvios que haviam sido sequestrados em novembro na Líbia morreram num ataque aéreo americano contra um campo de treinamento do grupo Estado Islâmico (EI), anunciou Belgrado neste sábado (20).

Moradores observam buraco deixado por explosões americanas em Sabratha, na Líbia.
Moradores observam buraco deixado por explosões americanas em Sabratha, na Líbia. REUTERS/Sabratha municipality media office/Handout
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 "Acabamos de obter uma confirmação oficial que os dois cidadãos sérios, funcionários do ministério das Relações Exteriores, Sladjana Stankovic e Jovica Stepic, foram mortos", declarou o primeiro-ministro Aleksandar Vucic. "Eles foram mortos em explosões. Falamos evidentemente dos ataques americanos", ressaltou, apresentando suas condolências às famílias das vítimas. "Trata-se da primeira crise de reféns que enfrentamos. Nossos cidadãos teriam sido libertados se não tivessem morrido", disse Vucic.

O ministro acrescentou que a repatriação dos corpos será organizada nos próximos dias. O chanceler explicou que a Sérvia vai colher informações oficiais das autoridades líbias e dos Estados Unidos sobre a maneira como os alvos foram escolhidos. O Pentágono informou que os resultados da operação na Líbia ainda estão sendo analisados e que "novos comunicados serão fornecidos em seu tempo".

Os dois funcionários da embaixada da Sérvia na Líbia - Sladjana Stankovic, que era encarregada do setor de comunicação, e seu motorista Jovica Stepic - foram sequestrados em 8 de novembro, na cidade costeira de Sabratha, um reduto islamista a cerca de 70 km a oeste da capital Tripoli. Eles estavam viajando em um comboio de veículos da missão diplomática sérvia que seguia para a Tunísia. O comboio foi atacado a tiroteio os dois funcionários foram sequestrados.

Foi a segunda vez em três meses que os Estados Unidos realizaram ataques direcionados contra o EI na Líbia, um país mergulhado no caos desde 2011.

Novos ataques americanos em solo líbio

Aviões de combate americanos realizaram na sexta-feira (19) um ataque contra um campo de treinamento do grupo Estado Islâmico (EI) em Sabratha, na Líbia, que causou cerca de cinquenta mortes, incluindo, muito provavelmente, um dos líderes do Estado Islâmico no país, Noureddine Chouchane. Ele é apontado como o responsável por ataques terroristas na Tunísia, segundo anunciou Washington.

Os atentados atribuídos a Chouchanne, de 36 anos, são contra uma praia perto de Sousse, no qual 38 turistas estrangeiros morreram, e o do museu do Bardo de Túnis, em março, que matou 21 turistas e um policial.

Os dois ataques foram reivindicados pelo grupo extremista, que está sendo bombardeado pelo ar no Iraque e na Síria por uma coalizão internacional, sob liderança americana. Sabratha é considerado um reduto de extremistas, ponto de encontro de militantes radicais que estabeleceram um campo de treinamento de jihadistas.

EI se instalou na Líbia apos queda de Kadafi

Cidadãos sérvios, entre eles médicos, enfermeiros, engenheiros e trabalhadores da construção civil que estão na Líbia desde a época em que as relações entre Belgrado e o regime de Muammar Kadafi eram estreitas, trabalham no país há décadas. Muitos deles, especialmente aqueles que trabalham em hospitais, se recusaram a deixar a Líbia no momento da queda de Muammar Kadafi em 2011.

O EI se arraigou na Líbia, aproveitando-se do caos no qual o país está afundado desde que uma revolta expulsou o ditador do poder, em 2011, com apoio da Otan. Segundo estimativas do Pentágono, o EI dispõe de 5 mil combatentes em território líbio.

Atualmente, a Líbia conta com dois governos e Parlamentos, um reconhecido pela comunidade internacional, em Tobruk, e outro na capital. A ONU insiste nas tentativas de mediar e pressionar para que seja lançado um governo de unidade nacional, que deixe para trás a divisão e permita lutar de forma eficaz contra o EI e outros criminosos, principalmente traficantes.

Com informações da AFP

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