Paquistão tem novo atentado durante campanha de vacinação contra pólio

Uma explosão em frente a um posto de vacinação contra a poliomielite em Quetta, cidade do sudoeste do Paquistão, matou 15 pessoas nesta quarta-feira (13). Entre as vítimas, há 12 policiais que faziam a segurança no local. Outras 25 pessoas ficaram feridas, sendo sete em estado grave.

Criança paquistanesa recebe vacina contra a poliomielite em Peshawar, no Paquistão. Karin Brulliard/The Washington Post via Getty Images

O atentado aconteceu no terceiro dia de uma campanha de vacinação em massa contra a pólio na província de Baluchistão, cuja capital é Quetta. A explosão aconteceu na chegada de um viatura da polícia ao local da campanha.

Ataques contra as equipes de vacinação são frequentes no Paquistão e também no vizinho Afeganistão, onde a doença é endêmica. Os atentados nem sempre são reivindicados, mas grupos radicais islâmicos dizem que as campanhas são uma fachada para esterilizar a população muçulmana e propagam rumores de que a vacina é produzida a partir do porco, animal considerado impuro pelo islamismo. Eles acusam ainda os agentes de saúde de serem espiões dos países ocidentais.

Desde o final de 2012, os ataques contra as equipes de vacinação se multiplicaram e já deixaram mais de 100 mortos no país, incluindo o atentado desta quarta-feira.

Um recorde de casos da doença no Paquistão foi registrado em 2014, com 306 pessoas atingidas, o pior balanço em 14 anos. Segundo a Iniciativa Global de Erradicação da Poliomielite, uma das principais instituições mundiais de combate à doença, a pólio infectou mais de 70 pessoas no mundo, no ano passado, e a maioria dos casos foram registrados no Paquistão.