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Obama pede que EUA não se intimidem com ataque de San Bernardino

O presidente norte-americano, Barack Obama, declarou neste sábado (5) que os Estados Unidos não se deixarão aterrorizar pelo tiroteio que deixou 14 mortos e 21 feridos em San Bernardino, na Califórnia. "Somos americanos", declarou Obama. "Defendemos nossos valores de uma sociedade aberta e livre. Somos fortes. Somos resistentes e não nos deixaremos aterrorizar".

Muçulmanas de San Bernardino fazem vigília em homenagem a vítimas do massacre de quarta-feira
Muçulmanas de San Bernardino fazem vigília em homenagem a vítimas do massacre de quarta-feira Alex Wong/Getty Images/AFP
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Na mensagem semanal divulgada pela Casa Branca, o presidente expressou ainda preocupação com a possibilidade de ter sido um ataque terrorista: "É muito possível que estes dois criminosos tenham se radicalizado. Se este for o caso, ilustram a ameaça na qual nos concentramos há anos: o perigo de gente que sucumbe ante as ideologias extremistas violentas"

Se a ação foi de fato um ato terrorista, tudo indica que o casal muçulmano que lançou ataque agiu de forma independente, sem receber instruções de uma organização, ainda que a mulher, Tashfeen Malik, tenha jurado lealdade ao grupo Estado Islâmico no Facebook. Neste sábado, no entanto, em uma mensagem por rádio emitida em inglês, o grupo Estado Islâmico (EI) sem reivindicar explicitamente o ataque, se referiu aos criminosos como "soldados do califado que morreram no caminho de Alá". Em uma transmissão em árabe divulgada mais cedo, o grupo jihadista chamou Malik e o marido Syed Farook de "partidários do Estado Islâmico".

Obama lembrou que "a organização Estado Islâmico e outros grupos incentivam ativamente, ao redor do mundo e em nosso país, as pessoas a cometer atos terríveis, frequentemente como lobos solitários". O presidente convocou os americanos a se unirem, afirmando que esta é a melhor resposta possível para "honrar as vidas perdidas em San Bernardino" e "enviar uma mensagem" aos que querem atacar os Estados Unidos.

Pista terrorista

Segundo os investigadores do FBI, o tiroteio da última quarta-feira foi minuciosamente preparado. Na casa do casal, foi encontrado um grande arsenal de armas, munições e explosivos, dois telefones celulares destruídos em uma lata de lixo e evidências de que tentaram eliminar seu histórico de navegação pela internet.

"Há muitas provas que nos levam a dizer que estamos investigando este ataque como um ato terrorista", explicou em uma coletiva de imprensa o diretor adjunto do FBI em Los Angeles, David Bowdich. Ainda não se sabe, no entanto, se o casal recebeu ordens diretas do grupo Estado Islâmico - ou seja, não é possível afirmar que os Estados Unidos sofreram um primeiro ataque da organização em seu território.

O casal se conheceu pela internet em 2013 e se casou um ano mais tarde na Arábia Saudita, onde vivia a mulher, nascida no Paquistão. No Paquistão, o ex-diretor de farmácia da Universidade Bahauddin Zakariya, Khalid Janbaz, descreveu Malik como uma estudante brilhante. A estudante paquistanesa Abdia Rani explicou à AFP que Malik "se voltou pouco a pouco para a religião" e se tornou cada vez mais séria e discreta. "Mas nós jamais imaginamos que ela tinha vínculos com extremistas ou que ela fosse uma extremista", indicou Rani.

New York Times pede controle de armas

O jornal The New York Times publicou neste sábado um editorial em sua primeira página pela primeira vez desde a década de 1920 para pedir o controle de armas após o tiroteio em San Bernardino. Intitulado "Fim à epidemia de armas nos Estados Unidos", o editoral arremete contra a classe política e afirma que certos tipos de armas e munições devem ser proibidas aos cidadãos particulares.

"É um ultraje moral e uma desgraça nacional que os civis possam comprar legalmente armas projetadas especificamente para matar gente com velocidade e eficiência brutais", indica o artigo. O Times disse que é "correto e conveniente" que as autoridades comprovem se os assassinos estavam conectados com o terrorismo internacional, mas isso não descarta a necessidade de se controlar a venda de armas.

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