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Mianmar

Militares reconhecem derrota para partido da opositora San Suu Kyi

O partido da líder opositora birmanesa Aung San Suu Kyi, a Liga Nacional pela Democracia (LND), conquistou 15 das 16 primeiras cadeiras de deputados que tiveram os resultados anunciados nesta segunda-feira (9) pela Comissão Eleitoral de Mianmar. A expectativa é que os cerca de 30 milhões de eleitores que foram às urnas neste domingo (8) tenham garantido a maioria parlamentar à LND. O partido USDP, integrado por ex-generais e principal adversário da LND, já reconheceu a derrota.

Cartaz eleitoral da Liga Nacional pela Democracia (LND) com a imagem de Aung San Suu Kyi.
Cartaz eleitoral da Liga Nacional pela Democracia (LND) com a imagem de Aung San Suu Kyi. REUTERS/Soe Zeya Tun/ Jorge Silva
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Depois de cinco décadas sob ditadura militar, Mianmar, no sudeste asiático, se prepara para uma sonhada consolidação democrática. As primeiras circunscrições (de um total de 491 cadeiras em disputa nas eleições para as duas câmaras do Parlamento) estão situadas na região de Rangun, a capital econômica do país, onde a opositora e vencedora do Nobel da Paz conta com um forte apoio.

Diante da sede do partido, nesta manhã, Suu Kyi disse que é cedo para comemorações. Mas, de acordo com um porta-voz da sigla, os resultados finais que serão divulgados apenas daqui a 10 dias, devem garantir mais de 70% das cadeiras à oposição - 67% seriam suficientes para que o partido designasse o presidente. Suu Kyi, que seria a escolha óbvia, não pode assumir o cargo porque a Constituição proíbe que o chefe de Estado tenha filhos estrangeiros, uma restrição feita sob medida para a opositora cujos filhos nasceram no Reino Unido.

Presidente só será conhecido no ano que vem

A última vez que houve eleições em Mianmar foi em 1990 e a Liga Nacional pela Democracia também venceu, mas os militares no poder não reconheceram o resultado. Desta vez, tanto o presidente Thein Sein quanto o chefe do exército garantiram que acatarão o pleito. Mesmo assim, antes das eleições, líderes estudantis foram presos, milhares de muçulmanos impedidos de votar e a eleição foi cancelada em regiões assoladas por conflitos étnicos armados. Por isso, o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que o processo não foi perfeito, ainda que os observadores europeus tenham dado seu aval no relatório preliminar.

Em Mianmar, o presidente não é eleito por voto direto. De acordo com o complexo sistema político birmanês, o novo Parlamento deve negociar até fevereiro de 2016 a indicação de três vice-presidentes. Devido à representatividade conquistada pela LND, é provável que o partido eleja dois dos três vices, garantindo a presidência. Suu Kyi não ocupará o cargo pelo impedimento constitucional, mas dirigirá de fato o país enquanto presidente do partido.

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