Atentados reivindicados pelo grupo Estado Islâmico matam 28 e ferem 75 no Iêmen

Ao menos 28 pessoas morreram e 75 ficaram feridas em dois atentados suicidas de jihadistas do Grupo Estado Islâmico contra uma mesquita xiita no norte de Sanaa, capital do Iêmen. De acordo com testemunhas, um homem envolto em um cinto de explosivos detonou a primeira carga no meio dos fieis que deixavam a mesquita após as orações vespertinas. Pouco depois, enquanto as pessoas tentavam socorrer os feridos, um outro kamikase lançou um carro-bomba contra a aglomeração.

População ao lado dos restos do carro-bomba usado no segundo atentado contra mesquita xiita em Sanaa AFP/AFP/Archives

Em março, a organização sunita ultra-radical, que considera hereges todos os xiitas, já havia cometido uma série de atentados contra mesquitas no Iêmen, com um saldo de 142 mortos. Em julho, outro atentado suicida matou mais quatro pessoas.

Esses ataques acontecem em um momento em que o Iêmen, país mais pobre da Penínsuma Arábica, está devastado por um ano de guerra entre os rebeldes xiitas Huthis, que se apoderaram de vastas faixas de território, e as forças sunitas leais ao presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, exilado na Arábia Saudita. Os primeiros são apoiados pelas unidades do exército fieis ao ex-presidente Ali Abdallah Saleh e os segundos, pela coalizão liderada por Riad. Mais de 4,4 mil pessoas já morreram no confronto.

Ataque contra Cruz Vermelha

Em meio a este clima de violência generalizada, dos funcionários do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) foram assassinados nesta quarta-feira, quando voltavam da zona rebelde de Saada para a capital. As vítimas foram paradas na região de Amrane por um homem armado, que abriu fogo contra os carros da organização.

De acordo com Rima Kamal, porta-voz da Cruz Vermelha, um dos funcionários morreu imediatamente e o outro, gravemente ferido, em um hospital da ONG Médicos Sem Fronteiras. "Depois deste acidente, paramos até segunda ordem toda nossa movimentação" no Iêmen, onde a organização conta mais de 200 funcionários. Por enquanto, não se sabe quem são os responsáveis pelo crime.

No dia 25 de agosto, o CICV já havia suspendido suas operações humanitárias em Aden, segunda maior cidade do país, depois que homens armados atacaram seu escritório.