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Niger/Protestos/Charlie Hebdo

Novos protestos contra Charlie Hebdo deixam mortos no Níger

Pelo menos cinco pessoas morreram neste sábado (17) em Niamei durante protestos contra caricatura do profeta Maomé publicada no jornal satírico francês Charlie Hebdo. Outras quatro vítimas fatais já haviam sido registradas durante manifestações violentas na véspera em Zinder, segunda maior cidade do Níger, país onde a maioria da população é muçulmana. Igrejas foram incendiadas e centenas de cristãos tiveram que ser colocados sob proteção militar.

Manifestantes exibem cartazem com os dizeres "maldito seja Charlie e seus aliados" durante protestos violentos nas ruas da capital do Níger.
Manifestantes exibem cartazem com os dizeres "maldito seja Charlie e seus aliados" durante protestos violentos nas ruas da capital do Níger. REUTERS/Tagaza Djibo
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O presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, confirmou as novas mortes na noite deste sábado. “O balanço em Niamei é de cinco mortos, todos civis, quatro deles em igrejas e bares”, declarou o chefe de Estado. Um dos corpos foi encontrado incinerado.

Esse é o segundo dia de violência durante manifestações no Níger. Na sexta-feira (16), quatro pessoas foram mortas e outras 45 ficaram feridas em protestos contra o jornal Charlie Hebdo em Zinder. O centro cultural francês da cidade foi incendiado e, aos gritos de “abaixo a França”, manifestantes contestavam a publicação de uma caricatura do profeta Maomé na capa da edição de quarta-feira (14) do jornal satírico, que chegou às bancas uma semana após o atentado terrorista que praticamente dizimou sua redação, em Paris.

“Podemos aceitar que essas igrejas tenham sido queimadas? Do que são culpados as igrejas e os cristãos do Níger”, questionou o presidente Issoufou durante um discurso transmitido pela televisão nacional do país. “Os que destroem e profanam os locais de culto, que perseguem e matam seus compatriotas cristãos ou estrangeiros que vivem aqui não entenderam nada do Islã”, criticou, lembrando que esses atos podem prejudicar os muçulmanos que vivem em países de maioria cristã. Segundo números oficiais, 98% da população do Níger é muçulmana, mas até agora a convivência com as minorias era pacífica.

Cristãos tiveram que ser protegidos pelo exército no Níger

Cerca de 300 cristãos foram colocados sob proteção militar neste sábado em Zinder. A maioria deles foi colocada em uma caserna, mas um grupo de 70 pessoas, entre eles 20 crianças, ficaram entrincheirados em uma igreja evangélica, cercada por policiais. Na sexta-feira (16), as forças de ordem lutaram durante várias horas para impedir que os manifestantes incendiassem os templos cristãos. Carros da polícia e bandeiras da França também foram queimados. 

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