Cessar-fogo é quebrado pela terceira vez em madrugada de bombardeios na Ucrânia
Os arredores da cidade portuária de Marioupol, no leste da Ucrânia, foram palco de novos bombardeios na madrugada desta segunda-feira (8). Apesar de esporádicos, os combates fizeram vítimas fatais e demonstram a fragilidade do cessar-fogo iniciado há apenas três dias. Análise do correspondente da RFI em Lviv, Sébastien Gobert.
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Os enfrentamentos colocam em perigo o acordo que passou a vigorar no final da tarde de sexta e que durou pelo menos 24 horas. No domingo à noite, um batalhão de voluntários pró-Ucrânia disse ter sido atingido por um ataque a um de seus postos de controle, nos arredores de Marioupol, e ruídos de bombardeios foram ouvidos ao longo de toda a noite. A tensão é visível, mas não se está ainda em uma situação de escalada de violência generalizada.
Em uma conversa com a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, o presidente ucraniano, Petro Porochenko, se mostrou confiante e relatou progressos na aplicação do acordo selado em Minsk, na Belarus. Ele espera poder enviar uma missão de observação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa até o leste do país.
Kiev e Donetsk não estão "falando a mesma língua"
Mas, mesmo que as condições de um cessar-fogo passem a ser respeitadas, não fica claro de que forma as próximas negociações evoluiriam. Os dirigentes separatistas insistem agora na inclusão de um novo ponto ao acordo de Minsk: no lugar da reforma territorial – ou autonomia –, eles devem insistir sobre a independência de suas regiões.
Trata-se de mais uma prova de que Kiev e Donetsk não estão falando a mesma língua. Em reação, o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniouk, afirmou que, em caso de fracasso das negociações, ele pedirá a instauração de uma lei marcial (controle militar sobre a Justiça) em todo o país.
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