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Síria

Em eleição polêmica, Síria vai às urnas nesta terça

Em plena guerra civil, os eleitores sírios vão às urnas nesta terça-feira (3). O resultado, porém, já é conhecido. O presidente Bashar al-Assad deve ser reeleito sem nenhuma dificuldade.

Sírios votam em Damasco, nesta terça-feira, 3 de junho de 2014.
Sírios votam em Damasco, nesta terça-feira, 3 de junho de 2014. REUTERS/ Omar Sanadiki
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Quase 16 milhões de sírios estão credenciados para votar, mas apenas as regiões controladas pelo governo são autorizadas a participar dessa eleição. Pela primeira vez em meio século, a disputa presidencial não terá um candidato único. Mas, embora o presidente sírio queira apresentar essa votação como um processo democrático, os analistas, grande parte da comunidade internacional e a oposição afirmam que essa é uma eleição apenas de fachada.

As candidaturas tiveram que ser aprovadas previamente pelo governo sírio que impôs uma série de condições. Entre elas, os candidatos deveriam ter nacionalidade síria e serem filhos de pais sírios, terem mais de 40 anos, uma ficha criminal limpa e não serem casados com estrangeiros. Além disso, para impedir o acesso de opositores exilados no exterior, a lei eleitoral estipulou que os concorrentes devem ter residido na Síria durante dez anos consecutivos, contando desde a data de registro como candidatos e que não podem ter uma segunda nacionalidade.

Resultado: o deputado da oposição tolerada Maher Abdel Hafez Hayar e o ex-ministro Hassan Abdullah al Nouri foram os únicos concorrentes autorizados pelo governo. Mas ambos são pouco conhecidos dos eleitores e nem fizeram campanha.

Em entrevista à RFI, Hassan Abdel Azeem, um opositor histórico de Bachar Al-Assad e de seu pai Hafez al-Assad, pede o boicote dessas eleições. “Essas eleições vão tornar as coisas ainda mais difíceis para a Síria. Decidimos não participar dessa eleição nem como candidatos nem como eleitores. Há uma crise de confiança muito profunda entre os sírios e o poder por causa da corrupção e na negação dos direitos fundamentais”, argumentou.

Al-Assad vota sorridente

O presidente sírio votou pela manhã acompanhado pela sua esposa, Asma, no centro da capital. As imagens da televisão estatal síria mostram al-Assad sorridente e cercado de partidários em Damasco.
Os dois concorrentes votaram discretamente no começo da manhã em um hotel de luxo no centro da capital.

Guerra civil
Uma das grandes críticas à eleição presidencial desta terça-feira é a situação de guerra civil no país. Os rebeldes e militantes contra o governo falam que essa é uma eleição “sangrenta”. Os Estados Unidos chamam o pleito de “farsa”.

O opositor Hassan Abdel Azeem concorda: “Uma eleição deveria acontecer em um clima estável, mas milhões de sírios estão refugiados. Há bombardeios, violência, extremismo. Essas eleições acontecem no lugar errado, na hora errada e em péssimas condições. E esses dois candidatos foram impostos e estão lá apenas para dar uma aparência de democracia”.

Em três anos, a guerra civil na Síria já deixou mais de 162 mil mortos.

 

 

 

 

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