Acessar o conteúdo principal
Nigéria/Atentados

Série de ataques do Boko Haram deixa mais de 70 mortos na Nigéria

Os habitantes da cidade de Maiduguri e de seus arredores, no nordeste da Nigéria, foram vítimas de uma série de ataques dos militantes islâmicos do grupo Boko Haram neste final de semana. Pelo menos 74 pessoas morreram somente no sábado (1).

Mulheres caminham diante de casas destruídas por militantes do Boko Haram em Barna, no estado de Borno, no dia 20 de fevereiro; milhares de pessoas já fugiram da região com medo da violência.
Mulheres caminham diante de casas destruídas por militantes do Boko Haram em Barna, no estado de Borno, no dia 20 de fevereiro; milhares de pessoas já fugiram da região com medo da violência. Reuters
Publicidade

Um duplo atentado deixou ao menos 35 mortos em Maiduguri, capital do estado de Borno, na noite de sábado. As vítimas incluem homens, mulheres e crianças.

Segundo testemunhas, as duas explosões aconteceram com poucos minutos de intervalo em uma região considerada o bastião do Boko Haram. O grupo é classificado como organização terrorista por Washington e tenta instaurar um estado islâmico no norte da Nigéria, onde a maioria da população é muçulmana.

O atentado foi cometido no bairro densamente povoado de Gomari, no caminho que liga Maiduguri, cidade onde o Boko Haram nasceu em 2009, a Damaturu, capital do Estado vizinho de Yobe.

De acordo com habitantes do bairro, os explosivos estavam escondidos em duas velhas caminhonetes abandonadas. As explosões aconteceram no momento em que as pessoas se preparavam para ir à oração da noite.

A segunda bomba deixou um número maior de mortos e feridos porque muitas pessoas tinham ido socorrer as vítimas da primeira explosão.

Estado de emergência

Pouco depois, um outro ataque de supostos membros do Boko Haram, a cerca de 50 quilômetros a oeste de Maiduguri, deixou 39 mortos na localidade de Mainok.

Os habitantes se preparavam para a oração da noite quando dezenas de indivíduos vestindo uniformes do exército e circulando em veículos com tração nas quatro rodas atacaram Mainok com granadas e metralhadoras.

Os ataques do Boko Haram se tornaram quase cotidianos nessa região, apesar do estado de emergência e de uma ofensiva do exército que começou em maio do ano passado nos estados de Borno, Yobe e Adamawa.

O país está dividido entre o norte, de maioria muçulmana, e o sul, de maioria cristã, onde se encontra o petróleo.

Na sexta-feira, o porta-voz do exército comunicou que soldados nigerianos mataram 13 supostos integrantes do Boko Haram e prenderam outros 15 no nordeste do país, dois dias depois de um ataque atribuído ao grupo extremista que havia deixado ao menos 37 mortos.

Na segunda-feira, supostos integrantes do Boko Haram atacaram o dormitório de uma escola de Buni Yadi (estado de Yobe), massacrando 43 pessoas.

Vítimas da violência

O conflito já fez milhares de vítimas em quatro anos nos ataques e atentados sangrentos do Boko Haram, mas também em operações do exército.

Desde a ofensiva militar de maio do ano passado, a violência já fez cerca de 1500 mortos, segundo dados da ONU e um levantamento da agência France Presse.

A violência também fez com que 300 mil pessoas, em sua maioria crianças, abandonassem suas casas no nordeste do país, de acordo com números fornecidos na quinta-feira (27) pelas Nações Unidas.

A presidência nigeriana qualificou na sexta-feira (28) a insurreição do Boko Haram de "situação de guerra" no nordeste desse país de 170 milhões de habitantes.

Primeiro produtor de petróleo e país mais populoso da África, o Nigéria é confrontado a imensos desafios no campo da segurança, mas também no que diz respeito à pobreza e à corrupção.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.