Confrontos entre polícia e opositores na Tailândia deixam quatro mortos
Pelo menos quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas na noite de sábado para domingo (01/12), depois de violentos confrontos entre a polícia e os manifestantes, que pedem a queda da primeira-ministra, Yingluck Shinawatra. Hoje os policiais também jogaram bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água nos opositores que ameaçaram invadir a sede do governo.
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Milhares de manifestantes foram às ruas neste domingo pedindo a saída da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, irmã do milionário Thaksin Shinawatra, que vive exilado em Dubai, mas exerce uma grande influência política na Tailândia. Ele deixou o poder depois de um golpe de estado, em 2006.
A chefe de governo precisou ser evacuada no momento em que os opositores invadiram o prédio da polícia onde ela se preparava para fazer uma declaração à imprensa.
O chefe do Conselho de Segurança Nacional, Paradorn Pattanathabutr, declarou que os manifestantes não conseguiram invadir a sede do governo, que pediu à população que ficasse em casa neste domingo à noite, à partir das 22h.
Os manifestantes são, em sua maioria, partidários do Partido Democrata, o principal partido de oposição, e de grupos ultra-monarquistas, que defendem a saída da primeira-ministra.
Opositores convocam greve geral
Os opositores também tomaram o controle do canal de TV público PBS e convocaram uma greve para esta segunda-feira, pedindo que os funcionários se mobilizem contra o governo.
O dia foi marcado por diversos incidentes entre os anti-governo e a polícia. Segundo as autoridades, cerca de 30 mil pessoas participaram de diversas passeatas em oito locais diferentes em Bangkok.
Os opositores atacaram a polícia com pedras e granadas, que reagiu jogando bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral.
Pelo menos 47 ficam feridos neste domingo
Pelo menos 47 pessoas teriam ficado feridas neste domingo, segundo as equipes médicas. Na noite deste sábado, a mais violenta desde o início da contestação, pelo menos quatro pessoas morreram e sessenta ficaram feridas.
Esta é a crise política mais grave do país desde 2010, que deixou mais de 91 mortos, a maior parte pro-Thaksin, que tentavam derrubar o governo dirigido na época pelo Partido Democrata.
Para tentar encontrar uma solução para a crise, a premiê propôs na semana passada a abertura de um diálogo com a oposição. Mas o governo se recusa a dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas.
A proposta também foi rejeitada pelos manifestantes, que pedem a criação de um conselho popular encarregado de designar um grupo de especialistas para dirigir o país.
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