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Linha Direta

Zona de defesa aérea da China provoca nova crise com Japão

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As duas principais companhias aéreas japonesas decidiram respeitar a “zona aérea de identificação” decretada sábado pelo governo de Pequim acima do Mar da China Oriental, apesar do não reconhecimento da medida pelo governo do Japão. A decisão unilateral dos chineses irritou também Estados Unidos, Coreia do Sul e Austrália. 

Avião japones sobrevoa as ilhas de Senkaku disputadas pela China e pelo Japão.
Avião japones sobrevoa as ilhas de Senkaku disputadas pela China e pelo Japão. REUTERS/Kyodo/Files
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A Japan Airlines (JAL) e a All Nippon Airlines (ANA) anunciaram que vão submeter a partir de agora seus planos de vôo na área definida pelas autoridades chinesas sob alegação de garantir a segurança dos seus passageiros. Um porta-voz da ANA explicou que a medida foi adotada respeitando as regras internacionais de aviação. “Devemos descartar ao máximo qualquer possibilidade de um cenário catastrófico”, afirmou o porta-voz.

Uma terceira companhia aérea japonesa, Peach Aviation, filial da ANA, também confirmou que vai submeter seus planos de vôo para as autoridades chinesas.

No sábado, o governo chinês decidiu de maneira unilateral instaurar uma “zona aérea de identificação” em grande parte do mar da China Oriental entre a Coreia do Sul e Taiwan, incluindo um pequeno arquipélago controlado por Tóquio. O conjunto de ilhas é chamado pelos japoneses de Senkaku. Os chineses reivindicam a soberania pelo mesmo território, chamado por eles de Diaoyu.

Com a decisão, a China exige que todo aparelho que pretenda sobrevoar a região deva fornecer antes informações como nacionalidade e seu plano de vôo detalhado, além de exigir uma comunicação de rádio que permita responder imediatamente a questões relacionadas com identificação e segurança. Caso contrário, as forças armadas poderão intervir.

As autoridades japonesas reagiram imediatamente afirmando que a “zona aérea de identificação” não tinha validade alguma. Nesta terça-feira, o secretário-geral do governo, Yoshihide Suga, informou que as companhias aéreas tomaram suas decisões sem consultar o governo.

O governo japonês convocou o embaixador chinês em Tóquio para explicações, uma medida seguida também pela Austrália que chamou o embaixador da China em Sidney para protestar contra o anúncio. Os Estados Unidos e a Coreia do Sul também condenaram a decisão.

O correspondente da Rádio França Internacional, em Pequim, Diogo Ferreira Gomes, informa que uma pesquisa publicada nesta terça-feira pelo jornal Global Times, revela que 85% dos chineses acreditam que essa zona de defesa aérea vai trazer mais segurança para o país. Clique acima para ouvir mais detalhes dessa nova tensão diplomática entre Pequim e Tóquio.
 

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