Acessar o conteúdo principal
Tailândia/Protestos

Manifestantes invadem ministérios e aumentam pressão na Tailândia

Os manifestantes antigoverno que há quase um mês tentam derrubar o governo da Tailândia voltaram hoje a desafiar as autoridades. Centenas de pessoas invadiram a sede dos ministérios das Finanças e das Relações Exteriores, em Bangcoc. Ontem, os partidáros da oposição mobilizaram entre 150 mil e 180 mil pessoas nas ruas da capital.

Milhares de manifestantes antigoverno protestaram nas ruas de Bangcoc nesta segunda-feira, 25 de novembro de 2013.
Milhares de manifestantes antigoverno protestaram nas ruas de Bangcoc nesta segunda-feira, 25 de novembro de 2013. REUTERS/Damir Sagolj
Publicidade

"Esta é a última etapa do processo de desobediência civil", disse à multidão Suthep Thaugsuban, um dos líderes do Partido Democrata, principal legenda da oposição ao governo de Yingluk Shinawatra, irmã do ex-primeiro ministro Thaksin Shinawatra, deposto por um golpe de Estado em 2006. Thaksin vive atualmente no exílio, mas continua ditando a política tailandesa do exterior.

Ao lado de centenas de manifestantes, o líder de oposição invadiu no início da tarde o ministério das Finanças. "Se os funcionários não cessarem o trabalho, vamos invadir todos os ministérios até amanhã para mostrar que o sistema de Thaksin não tem legitimidade para conduzir o país", acrescentou.

No final da tarde, os manifestantes entraram no ministério das Relações Exteriores, arrombando uma porta. Aparentemente, o local não dispunha de um sistema de segurança reforçado. Eles mandaram os funcionários deixar suas salas e não voltar ao trabalho amanhã. 

Outro grupo se dirigiu para as sedes da polícia e das Forças Armadas. Gritando o slogan "Rua Thaksin, o Exército está conosco", eles defendem uma intervenção militar no país que já registrou 18 tentativas ou golpes de Estado desde a criação da monarquia constitucional, em 1932. Num gesto simbólico, eles lançaram rosas na direção dos policiais.

No final do dia, o governo ampliou a aplicação de uma lei especial de segurança para toda Bangcoc.

Projeto de lei de Anistia alimenta revolta

A revolta dos manifestantes tailandeses é motivada por um projeto de lei de Anistia em tramitação no Legislativo desde outubro. O texto é visto pelos opositores como um meio de permitir o retorno do ex-premiê Thaksin ao país. Ele se exilou no exterior para escapar a uma condenação de dois anos de prisão por desvio de dinheiro público. O Senado rejeitou o projeto de Anistia, mas a medida não foi suficiente para satisfazer os manifestantes.

Manifestações muito bem organizadas

Bem organizados após várias semanas de protestos, os manifestantes conseguiram esvaziar nesta segunda-feira as ruas do centro de Bangcoc, normalmente engarrafadas. Blocos de cimento foram instalados para evitar que eles se aproximem da sede do governo.

Analistas estimam que a primeira-ministra tailandesa não vai resistir no cargo por muito tempo. Mas Yingluk Shinawatra se mantém firme e afirma que não vai renunciar nem dissolver o parlamento. O Partido Democrata conta com um debate marcado para esta terça-feira no parlamento para aumentar a pressão sobre a dirigente.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.