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Irã/nuclear

Discussões entre Irã e potências ocidentais são marcadas por incerteza em Genebra

O Irã e as grandes potências iniciam nesta sexta-feira um terceiro dia de conversas em Genebra. É a terceira vez que as partes se encontram desde a posse do presidente iraniano Hasan Rowhani em agosto. Mas as conversas que haviam começado num clima de grande otimismo agora parecem tensas e incertas.  

A chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton et o representante iraniano Mohammad Javad Zarif em Genebra
A chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton et o representante iraniano Mohammad Javad Zarif em Genebra REUTERS/Denis Balibouse
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Samy Adghirni, correspondente da Folha de S. Paulo, especial para a Rádio França Internacional

A eleição do pragmático Rowhani gerou expectativa de que finalmente a questão nuclear iraniana poderia ser resolvida de forma diplomática, mas a situação parece cada vez mais difícil.O Irã saiu das conversas de ontem dizendo que não houve nenhum avanço nas negociações nucleares. Diplomatas ocidentais também deixaram claro que divergências profundas continuam.

As conversas desta sexta-feira talvez se estendam até sábado. Alguns participantes fizeram declarações um pouco mais otimistas, dizendo que o ambiente das conversas é bom, e que um entendimento é possível.

Teoricamente, todos concordam com o pacto preliminar que está sendo discutido. O Irã nega que querer a bomba atômica reduziria drasticamente seu programa nuclear e aceitaria monitoramento mais intrusivo dos inspetores da ONU. Em troca, o Ocidente reduziria gradualmente parte das sanções que afundam a economia iraniana. O problema está nos detalhes para implementar o acordo.

O Irã parece ter endurecido sua posição em represália à cobranças feitas pela França no último encontro há duas semanas. O governo francês, que tem a posição mais dura entre as potências, incluiu novas exigências, entre elas o fim da construção de um reator nuclear no sul do Irã.

A posição francesa impediu um acordo que esteve muito perto de ser assinado e isso contrariou os EUA, que desta vez parecem interessados em melhorar laços com Teerã. Os iranianos, muito irritados com a França, também aumentaram a barganha. Agora Teerã exige um alívio imediato das sanções mais pesadas e cobra um reconhecimento formal de seu direito de enriquecer urânio para fins pacíficos.

Alguns analistas dizem que tudo isso é parte do jogo normal de negociações em fase final. É possível que os chanceleres das potências apareçam mais uma vez em Genebra nesta sexta-feira. Se isso acontecer será o sinal mais claro de que as discussões continuam caminhando.

 

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