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França/Síria

Bashar al Assad nega ataque químico e diz que França é ''subalterna dos Estados Unidos''

Em entrevista exclusiva ao jornal francês Le Figaro, Bashar al-Assad ameaça a França e diz que o país se tornou um "ator subalterno da política americana" desde a invasão do Iraque em 2003. Ele também negou o uso de armas químicas e reafirmou que não há provas de que o ataque do dia 21 de agosto tenha sido perpretado pelo seu governo.

Le Figaro publie ce 3 août 2013 une interview de Bachar el-Assad.
Le Figaro publie ce 3 août 2013 une interview de Bachar el-Assad. Le Figaro
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De acordo com o presidente sírio, as forças armadas do país estão avançando e retomando o controle do território, o que estrategicamente invalida a tese do uso das armas químicas pelo regime. Segundo ele, a dificuldade agora é o controle da passagem dos rebeldes pelas fronteiras e as mudanças ‘’no plano social’’ introduzidas em áreas ocupadas.

‘’Como um exército, de qualquer país, pode utilizar armas de destruição massiva, se avança usando armas convencionais ?’’, indaga Assad, que afirma até mesmo não estar em possessão de tais armas.

Segundo ele, todas as acusações se baseiam em depoimentos de ‘terroristas’ que pertencem à Al Qaeda, como ele chama os rebeldes, e em imagens divulgadas na Internet.

Ontem o governo francês dispoinibilizou no site do Ministério da Defesa os documentos que mostram a responsabilidade do regime no ataque químico.

O presidente sírio também descartou a hipótese de um ataque sem o seu aval, como revelaram ligações interceptadas pelo serviço secreto americano. Também disse que o presidente Barack Obama, em vez de ameaçar o país, deveria impedir uma guerra e reconhecer que faltam provas.

Bashar al-Assad argumenta que o presidente americano deveria respeitar a investigação da ONU e manter a discussão dentro do Conselho de Segurança, onde ele é protegido pelo veto da China e da Rússia, que têm impedido qualquer ação contra o país.

''Por que dar continuidade à política de Bush?"

Questionado sobre o voto no Congresso americano, Assad declarou que os parlamentares deveriam se perguntar o que os Estados Unidos e a Europa têm a ganhar com essa guerra.

"Qual seria o interesse dos EUA no crescimento da instabilidade e do extremismo no Oriente Médio, e dar continuidade à política de George Bush, espalhando as guerras pelo mundo?", declarou.

Bashar al-Assad ainda ressaltou que as consequências de uma intervenção são imprevisíveis. ‘’O Oriente Médio é um barril de pólvora, ninguém sabe o que pode acontecer. Todo mundo perderá o controle da situação quando o barril explodir, e o caos e o extremismo prevalecerão. Um risco de guerra regional existe."

Sobre Israel ser alvo de uma reação síria, Assad ironizou : "você não imagina que darei detalhes sobre qual será nossa reação."

Em relação à França, o presidente sírio acusa o país de ser ‘’um ator subalterno dos Estados Unidos’, na gestão dos presidentes Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e François Hollande.

França terá ''repercussões negativas"

"Esperamos que o Parlamento francês decida em função dos interesses da França." Assad questiona se o país se tornará um exemplo da política do "dois pesos duas medidas", promovida pelos Estados Unidos. "Como a França pode convencer seus cidadãos de que é um país laico se um de seus principais aliados é a Arábia Saudita ?", questionou.

Bashar al-Assad também declarou que o povo francês não é seu inimigo, mas a política do estado francês "é hostil ao povo sírio", e qualquer país que dê apoio financeiro e militar aos terroristas são inimigos. Ele também ameaçou a França, dizendo que haverá "repercussões negativas", e afirmou que irá reagir.
 

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