Rússia anuncia envio de navios militares ao Meditarrâneo
Na perspectiva de um ataque ocidental contra a Síria, a Rússia decidiu enviar nos próximos dias dois navios de guerra ao Mediterrâneo, onde já estão posicionados destroyers americanos. Um navio de defesa antissubmarina e um lança mísseis russos serão posicionados no leste do Mediterrâneo, já que para Moscou o aumento da tensão nos últimos dias justifica uma adaptação de suas forças navais na região.
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"A situação que está se complicando no leste do Mediterrâneo exige da nossa parte uma certa adaptação das forças navais”, afirmou à agência Interfax uma fonte próxima do Estado maior das Forças Armadas da Rússia, sobre o envio dos navios que irão se juntar a uma frota já presente na região.
"Nos próximos dias um navio de defesa antissubmarina vai se juntar" às forças jás presentes na região, disse a fonte. "Mais tarde, vai chegar o cruzador antimísseis Moskva da frota do Mar Negro que está concluindo sua missão no Atlântico Norte e em breve irá iniciar uma travessia transatlântica em direção ao estreito de Gibraltar", afirmou a mesma fonte.
No entanto, outra fonte do Estado-Maior das Forças Navais russas indicou à agência oficial Ria Novosti que essas mudanças no Meditterrâneo faziam parte de um "rodízio previsto" e não diz respeito às tensões relacionadas à Síria.
Estados Unidos
O presidente americano, Barack Obama, afirmou nesta quarta-feira que ainda "não tomou uma decisão" sobre um eventual ataque à Síria, mas deixou claro que atribui ao regime de Bashar al-Assad o uso de armas químicas contra civis.
Em resposta, o presidente sírio declarou que seu país sairá “vencedor” em um possível confronto com os Estados Unidos, de acordo com notícia divulgada nesta quinta-feira pelo jornal libanês al-Akhbar.
“Desde o início da crise, vocês sabem, nós esperamos o momento onde nosso verdadeiro inimigo vai se revelar”, declarou Assad diante de responsáveis sírios, afirmou o diário.
“Sei que o moral de vocês está em alta e que estão prontos para enfrentar qualquer agressão e defender a pátria”, acrescentou. “É um confronto histórico no qual sairemos vencedores”, afirmou Assad.
Em Londres, o primeiro-ministro David Cameron se viu obrigado a mudar de opinião sobre a votação marcada para esta quinta-feira no parlamento, destinada a autorizar a ação militar, perante a rejeição da oposição trabalhista a um ataque contra a Síria sem o aval das Nações Unidas.
O Reino Unido vai esperar o relatório dos inspetores da ONU, que estão a Síria até sábado. Ontem, os inspetores da ONU colheram sangue, urina e fios de cabelo das vítimas do suposto ataque químico do dia 21, um massacre que teria deixado mais de mil mortos nos arredores de Damasco segundo os rebeldes sírios.
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