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Irã/Israel

Israel pede que a pressão internacional seja mantida sobre o Irã

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu pediu neste domingo, 16 de junho de 2013, que a comunidade internacional mantenha a pressão sobre o Irã para obrigá-lo a encerrar suas atividades nucleares, argumentando que a eleição de um presidente moderado não mudará a situação. Já os países ocidentais expressaram seus votos de que o novo presidente iraniano corresponda às expectativas da comunidade internacional no que diz respeito à questão nuclear e ao conflito na Síria.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu neste domingo, 16 de junho de 2013, que a comunidade internacional não ceda à tentação de aliviar a presséao sobre o Irã após a eleição do moderado Hassan Rohani à presidência.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu neste domingo, 16 de junho de 2013, que a comunidade internacional não ceda à tentação de aliviar a presséao sobre o Irã após a eleição do moderado Hassan Rohani à presidência. Reuters
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"A comunidade internacional não deve se iludir e ceder à tentação de aliviar a pressão exercida sobre o Irã para que ele encerre seu programa nuclear", declarou Netanyahu durante o conselho dos ministros semanal de Israel.

"O Irã será julgado por suas ações", insistiu ele, um dia depois do anúncio da vitória de Hassan Rohani, um religioso moderado e ex-chefe da equipe de negociadores nucleares iraniano, nas eleições presidenciais de sexta-feira.

"Se o Irã persistir em desenvolver seu programa nuclear, a resposta deve ser clara: fazer com que ele seja encerrado com todos os meios necessários", enfatizou o premiê israelense.

"Nesses últimos vinte anos, a única coisa que provocou uma paralisação temporária do programa nuclear iraniano foi o temor de um ataque", apontou ele.

O ministro israelense das Relações Exteriores, das Questões Estratégicas e da Informação, Youval Steinitz, disse por sua vez que o guia supremo, o aiatolá Ali Khamenei, permanece no controle das negociações nucleares, o que faz com que se esperem poucas mudanças.

Ele ainda apontou que Rohani, apesar de ter recebido o apoio dos reformadores, faz parte de uma poderosa corrente conservadora.

Os países ocidentais e Israel, considerada a única potência nuclear da região, acusam o Irã de tentar desenvolver armas atômicas por trás da fachada de um programa nuclear civil, o que é desmentido por Teerã. Eles adotaram várias séries de sanções que afetaram profundamente a economia iraniana.

Os ocidentais também acusam o Irã de apoiar o movimento xiita libanês Hezbollah e o movimento islâmico palestino Hamas, no poder na Faixa de Gaza, ambos adversários de Israel.

Reações internacionais

Desde o anúncio da vitória de Hassan Rohani, os países ocidentais expressaram seus votos de que o novo presidente iraniano corresponda às expectativas da comunidade internacional no que diz respeito à questão nuclear e ao conflito na Síria.

O governo americano declarou neste sábado que "permanece disposto a colaborar diretamente" com Teerã sobre a questão do programa nuclear iraniano, com o objetivo de "encontrar uma solução diplomática para acabar com as preocupações da comunidade internacional".

A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, se disse "determinada a trabalhar com os novos dirigentes iranianos para encontrar uma solução diplomática rápida para a questão nuclear".

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "parabenizou calorosamente" Rohani e disse que "continuará a encorajar o Irã a assumir um papel construtivo nas questões regionais e internacionais".

O presidente russo Vladimir Putin parabenizou neste domingo Hassan Rohani e "indicou que está confiante que o novo presidente trabalhará para a prosperidade do Irã, amigo da Rússia, e para o estreitamento dos laços" entre os dois países.

"As expectativas da comunidade internacional em relação ao Irã são muito altas, sobretudo no que diz respeito a seu programa nuclear e seu engajamento na Síria. Estamos dispostos a trabalhar sobre essas questões com o novo presidente", declarou o chanceler francês Laurent Fabius.

Já o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, saudou "um votação no Irã por reformas e uma política externa construtiva".

Várias monarquias árabes do Golfo, que mantêm relações tensas com o Irã, enviaram neste domingo suas felicitações ao novo presidente.

A Coalizão da oposição síria pediu que Hassan Rohani repense a posição de seu país, que apoia o regime de Bashar al-Assad.

O presidente do Conselho nacional da resistência iraniana, um órgão da oposição no exílio, denunciou uma "fraude eleitoral" por medo de uma revolta popular.

Durante a campanha eleitoral Rohani defendeu mais flexibilidade em relação ao Ocidente no que diz respeito ao programa nuclear, a fim de acabar com as sanções que levaram o país a uma grave crise econômica.

Ele também havia falado sobre possíveis discussões diretas com os Estados Unidos, inimigo histórico do Irã. Mas Rohani especificou que seu governo "não seria um governo de compromisso e rendição".
 

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