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Bangladesh/Tragédia

Número de mortos em desabamento em Bangladesh sobe para 511

O balanço do desabamento em Bangladesh de um prédio que abrigava ateliês de confecção subiu nesta sexta-feira, 3 de maio de 2013, para 511 mortos. Essa tragédia colocou em evidência as condições de trabalho dos operários do setor, cuja responsabilidade recai em parte sobre as marcas de roupas ocidentais, segundo uma acusação da primeira-ministra do país.

Mulher bengalesa chora ao buscar notícias sobre parente desaparecido após o desabamento do Rana Plaza, em Bangladesh, nesta sexta-feira, 3 de maio de 2013.
Mulher bengalesa chora ao buscar notícias sobre parente desaparecido após o desabamento do Rana Plaza, em Bangladesh, nesta sexta-feira, 3 de maio de 2013. REUTERS/Andrew Biraj
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O progresso dos trabalhos de retirada dos escombros fez com que um grande número de corpos fosse descoberto nesta madrugada. As equipes de resgate temem que muitos outros ainda estejam soterrados sob as ruínas do Rana Plaza, um prédio de oito andares que desabou em Savar, cidade situada a trinta quilômetros a noroeste da capital Dacca.

Cerca de três mil pessoas trabalhavam no local para cinco confecções diferentes. Segundo as autoridades, 2.437 pessoas sobreviveram à tragédia.

A espanhola Mango, a britânica Primark e a italiana Benetton estão entre as marcas ocidentais que confirmaram que alguns de seus produtos eram confeccionados no Rana Plaza, onde o salário mensal dos operarios era de no máximo 30 euros (79 reais).

Esse trágico acidente é o último de uma longa série que atingiu o setor têxtil do país, que gera 15 bilhões de euros por ano. Em novembro do ano passado, um incência em uma indústria têxtil perto de Dacca deixou 111 mortos.

Segundo testemunhas, a tragédia do dia 24 de abril não teria acontecido se os chefes dos ateliês de confecção tivessem dado ouvidos aos operários que notaram rachaduras nas paredes. Mas, pelo contrário, os responsáveis ordenaram que os empregados trabalhassem como sempre.

Em uma entrevista ao canal americano CNN, a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, defendeu o nível de segurança da indústria têxtil e enfatizou que a recente explosão em um complexo industrial americano no Texas mostrava que nenhum país está a salvo desse tipo de drama.

Algumas marcas ocidentais de roupas informaram que estão reconsiderando sua presença em Bangladesh após o acidente do Rana Plaza. A Disney já anunciou que vai se retirar do país.

A chefe do governo insistiu no fato de que o "Bangladesh é agora um lugar onde se pode investir em boas condições".

Mas ela também sugeriu que os grupos ocidentais atraídos para Bangladesh por causa da mão-de-obra a baixo custo poderiam aumentar os salários, acusando-os indiretamente de ter uma partre de responsabilidade na tragédia.

Doze pessoas foram presas após o desabamento do Rana Plaza, incluindo o proprietário do prédio. Um engenheiro foi preso nesta quinta-feira à noite. Segundo um jornal local, na véspera da tragédia ele avaliou que o imóvel apresentava riscos e deveria ser inspecionado, mas deu autorização para que os operários continuassem trabalhando.

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