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Papa/conclave

Na Idade Média, população trancou cardeais para escolher papa

Os cardeais deverão anunciar o nome do novo pontífice em breve? Se depender da história, o nome do novo papa deverá ser  divulgado hoje ou amanhã. Nos últimos 113 anos, o conclave mais demorado durou quatro dias. Ele aconteceu em fevereiro de 1922 e o escolhido foi o papa Pio XI.

Dom Odilo Scherer está na lista dos três nomes mais cotados.
Dom Odilo Scherer está na lista dos três nomes mais cotados. REUTERS/Stefano Rellandini
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De acordo com o porta-voz do Vaticano Federico Lombardi, é normal que o conclave demore mais de três dias, e não existe um prazo determinado para os cardeais finalizarem a eleição. Uma das histórias mais curiosas da escolha de um pontífice aconteceu em Viterbo, em 1269. Depois da morte de Clemente IV, os cardeais não chegavam a um consenso sobre o nome do substituto.

Para obrigá-los a tomar uma decisão, no outono do mesmo ano, a população decidiu trancá-los no palácio do pontificado. Sem resultado, em junho de 1270, eles radicalizaram ainda mais e retiraram o teto da construção. Em pleno inverno e com um regime a base de pão seco e água, os religiosos designaram rapidamente um sucessor. A história foi revelada no livro "Lux in arcana", sobre os arquivos secretos do Vaticano.

Trata-se de uma exceção na história dos conclaves. A eleição de Bento 16, em 2005, ocorreu rapidamente, depois da quarta votação, e foi decidida em apenas um dia e meio. A de João Paulo 2, em 1978, foi anunciada após dois dias de reunião. No caso deste conclave – o 75° da história da igreja católica – a aposta é que o resultado seja divulgado no máximo até amanhã à noite.

Pelo menos esta é a aposta do cardeal de Nova York, Timothy Dolan. Segundo ele, a Cúria estaria dividida entre a escolha de um papa italiano, Angelo Scola, e um do continente americano. O mais citado é o brasileiro Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, que parece ter grandes chances. Além dele, o cardeal de Québec, Marc Ouellet, o próprio Dolan ou ainda Sean O’Malley, conhecido pela atuação firme no escândalo de pedofilia em Boston, teriam chances de se tornar o novo pontífice.

Nesta altura do conclave, que começou nesta terça-feira, a divisão dos votos já deve mostrar se houve unanimidade entre os candidatos, ou se algum cardeal inesperado pode vir a ser eleito, como foi o caso de João Paulo 2. A bolsa de apostas, na verdade, irrita os cardeais. "A eleição do próximo papa não é a de um diretor de uma multinacional’’, ironizou o cardeal austríaco e papabile Christoph Schönborn, em uma entrevista concedida antes de entrar no conclave.

Antes do início do conclave, os cardeais também participaram de uma missa solene na basílica de São Pedro, onde homenagearam Bento 16 e seu pontificado qualificado de ‘luminoso.’ O cardeal Joseph Ratzinger renunciou ao cargo no dia 11 de fevereiro, declarando não ter mais ‘forças’ para dar continuidade à sua missão.

 

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